O primeiro mês de 2022 foi arrasador no clima sob vários aspectos na América do Sul. Houve tragédias devido à situação de desastre deflagrada pelo excesso de chuva no Centro do Brasil e com uma onda de calor extremo e histórico que quebrou recordes em parte do Conesul. Estudos recentes apontam que os últimos anos foram os mais quentes da história do Planeta e neste contexto a avaliação de janeiro não poderia ser outra a não ser de mais um mês que se soma a este prolongado período de anomalias positivas na temperatura média Global.
We just had 6th warmest January on record, per @CopernicusECMWF #ClimateChange Service #C3S
Big temperature differences within Europe and Asia. Heatwave in parts of South America, but colder than average in many parts of North America.https://t.co/akJ3XTeC4B#ClimateAction pic.twitter.com/Z42NbgBcRc— World Meteorological Organization (@WMO) February 7, 2022
Na análise mensal dos dados medidos de temperatura do ar em todo o Planeta, o Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia, concluiu que janeiro de 2022 é o sexto mais quente que se tem registro. A média global calculada no mês foi de 0,28°C mais alta que o normal. Essa avaliação considera o período de janeiro entre os anos de 1991-2020. E por apenas 0,3ºC não foi mais quente que janeiro de 2016 e 2020, campeões na escala de aquecimento na história do Planeta. Nós, gaúchos, sentimos parte desse calor histórico em, praticamente, metade de seus dias e tardes com marcas ao redor de 40°C.
A closer look around the Southern Hemisphere… pic.twitter.com/Qq4vBZ9cRH
— Scott Duncan (@ScottDuncanWX) February 7, 2022
O levantamento indicou que, apesar de registrar marcas mais baixas que a média na maior parte da França, Nordeste da Espanha e em parte do sul da Grécia e na Turquia, a temperatura ficou acima da média na maior parte da Europa.
Na Alemanha, Europa Oriental, Rússia, Escandinávia, no norte do Reino Unido e na Irlanda, a temperatura ficou acima da média de 1991-2020. A onda de calor excepcional na América do Sul levou a Argentina e o Brasil a terem marcas superiores a 40°C, com marcas de 45°C em alguns pontos e com estabelecimento de mais de 75 recordes de temperatura só na Argentina.
Em parte do Centro e Norte do Brasil, os muitos dias de nebulosidade e chuva frequente seguraram a temperatura, até ficou ligeiramente abaixo do normal para o mês. O oeste da Groenlândia e uma parte da Antártida também tiveram temperaturas acima da média. Embora para o mês como um todo, a Austrália Ocidental tenha tido apenas uma pequena anomalia positiva de temperatura em relação a média de 1991-2020, Onslow, Austrália, teve a sua temperatura mais alta já registrada de 50,7°C.
Por outro lado, estava mais frio que a média no leste do Canadá e no leste dos Estados Unidos em parte devido ao frio intenso que chegou com tempestades de neve no fim do mês. Grande parte do norte e sul da África, Brasil, Índia e sul da Austrália também experimentaram temperatura mais baixa do que a média.