A empresa Planet Labs divulgou as imagens de satélite em maior resolução até agora da erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, no arquipélago espanhol das Canárias, no Oceano Atlântico. A erupção teve início no último dia 20 de setembro e desde então não deu trégua com expulsão constante de lava a partir de uma cratera principal e duas bocas laterais no cone que se formou no vulcão.

Na imagem da empresa Planet é possível observar com incrível nitidez o rio principal da magma escurecida avançando da encosta do vulcão até o mar assim como o delta que se formou no mar com a chegada da lava no Atlântico. Vê-se também como a lava atravessou áreas habitadas, o que explica as mais de mil casas até o momento destruídas em quase vinte dias de erupção.

A lava do vulcão já atinge mais de 420 hectares na ilha de La Palma, segundo dados atualizados publicados pelo Departamento de Segurança Nacional (DSN). Os rios de lava mantêm seus canais em direção ao mar e o delta formado a partir da lava em contato com o mar ocupa uma área de 36 hectares. A qualidade do ar registou uma melhoria em relação aos dias anteriores, entretanto se prevê uma ligeira piora nos próximos dias.

A atividade sísmica associada à erupção vulcânica de Palma continuou nas últimas horas. No entanto, a frequência dos abalos perdeu força. O Instituto Geográfico Nacional localizou o tremor mais intenso com magnitude de 3,8 em Fuencaliente, a 37 quilômetros de profundidade. Também em Fuencaliente, um terremoto de magnitude 3,3 foi localizado a uma profundidade de 14 quilômetros. O último abalo foi sentido pela população da ilha.

Os principais centros emissores de lava, na cratera e localizados nas laterais do cone, seguem ativos. Os geólogos informaram a formação de tubos lávicos que favorecem a drenagem do principal centro de emissão de magma para a costa. O delta de lava no oceano continua a crescer com a chegada da lava de vários pontos, ultrapassando os 36 hectares. Os dados de sismicidade e deformidade não apontam para um fim próximo da erupção. Apesar do aumento dos tremores na área de Fuencaliente, os especialistas descartam por agora o surgimento de mais um centro de emissão de lava ao Sul da ilha.