Enormes incêndios florestais atingem o estado norte-americano do Oregon em meio a uma grave seca e após uma onda de calor impensável pela intensidade atingida | Central Oregon Fire Office/Divulgação

O que meteorologistas norte-americanos descreveram como uma “parede de fumaça” avançava nesta segunda-feira pelo Norte dos Estados Unidos e o Sul do Canadá. As imagens de satélite mostravam uma enorme quantidade de fumaça resultante de grandes incêndios florestais avançando de Oeste para Leste em estados mais ao Norte do território norte-americano e províncias do Sul canadense.

Imagens de satélite desta segunda-feira mostravam o que foi descrito como uma “parede de fumaça” avançando por Estados Unidos e Canadá | CIRA-CSU/Divulgação

Um grande número de incêndios florestais está sendo registrado neste mês de julho no Noroeste dos Estados Unidos, recentemente afetado pela pior onda de calor já registrada na região e que cientistas, em estudo de rápida atribuição, dizem que seria “virtualmente impossível” ocorrer sem as mudanças climáticas. Meteorologistas do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos descreveram a onda de calor como “histórica, perigosa, prolongada e sem precedentes”.

Os recordes caíram às centenas no Noroeste dos Estados Unidos e no Canadá por conta da violenta onda de calor. O mais notável foi a quebra do recorde nacional de máxima do Canadá na cidade de Lytton com 49,6ºC. Dois dias depois a pequena localidade situada na Colúmbia Britânica virou cinzas em um incêndio florestal.

No Noroeste norte-americano, as cidades de Portland e Seattle quebraram os seus recordes absolutos de todos os tempos por enormes margens. Portlando chegou a 46,6ºC, a mais alta temperatura da cidade em mais de oitenta anos de dados. Antes da brutal onda de calor, o recorde da cidade do estado do Oregon era de 41,6ºC. Já Seattle chegou a 42,2ºC, muitíssimo acima da média máxima histórica de junho da cidade do estado de Washington que é de 23,3ºC.

“O passado não é mais referência confiável para o futuro porque estes eventos estão cada vez mais freqüentes e intensos”, escreveu o escritório climático do Oregon que teve seu recorde estadual de temperatura máxima na onda de calor. Os meteorologistas usaram palavras como “bizarro” e “incrível” para descrever a temperatura.

O escritório de Seattle do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos afirmou que era “perturbador” prever um evento de calor como o registrado porque nada sequer parecido tinha ocorrido antes.

Oeste dos Estados Unidos arde

O Oeste dos Estados Unidos arde em calor e extremos de temperatura alta em meio a uma seca severa a excepcional que atinge a região e favorece incêndios florestais. Nas áreas desérticas do Sudoeste norte-americano, a temperatura nos últimos dias chegou a 54ºC.

A máxima do sábado na cidade de Las Vegas atingiu 47,2ºC, recorde para a série histórica que igualou os registros de 24 de julho de 1942, 19 de julho de 2005, 30 de junho de 2013 e 20 de junho de 2017. Várias outras estações dos estados de Nevada e do deserto na Califórnia tiveram marcas recordes, caso de Barstow que foi a 118ºF (47,7ºC), igualando as suas máximas históricas de 30 de junho de 1994 e 5 de julho de 2007.

A temperatura no Parque Nacional de Death Valley, segundo medição oficial do Serviço Nacional de Meteorologia norte-americano, atingiu 54,1ºC. Na sexta-feira, a máxima em Death Valley tinha alcançado 54,4ºC.

Os Estados Unidos tiveram o mês de junho mais quente de sua história. Diversos estados norte-americanos registraram o junho mais quente de suas séries históricas centenárias. Casos da Califórnia, Nevada, Utah, Arizona, Idaho, New Hampshire, Massachussets e Rhode Island. Foi o segundo junho mais quente já observado em Washington, Oregon, Montana, Wyoming, Maine e Connecticut.