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Um espetáculo no céu proporcionado por nuvens lenticulares. As imagens foram feitas por Emiliano Mendoza na base polar Esperanza, da Argentina, no continente gelado. Inaugurada em 1952, Esperanza é uma base situada na península antártica e foi notícia mundial em fevereiro de 2020 após ter registrado 18,3ºC de máxima. As imagens da nebulosidade lenticular foram publicadas hoje pelo Serviço Meteorológico Nacional da Argentina.

Nuvem lenticular na base Esperanza da Antártida | SMN/Divulgação

Nuvem lenticular na base Esperanza da Antártida | SMN/Divulgação

Vento e relevo estão por trás das nuvens lenticulares. Por isso, este tipo de nuvem é comum de se observar em regiões de cadeias montanhosas ou cordilheiras como os Andes, Rochosas, Himalaia, etc. As nuvens lenticulares não se movem. Elas se formam e se transformam continuamente num mesmo ponto à medida que o ar ascende na atmosfera sobre morro ou montanha, condensando-se e produzindo a nuvem.

Estão assim, associadas, a ondas na atmosfera que se desenvolvem quando o ar relativamente estável ascende rapidamente ao encontrar uma barreira topográfica perpendicular à direção do vento soprando em altos níveis da atmosfera. As nuvens lenticulares são mais comuns no inverno porque o vento em níveis mais altos da atmosfera geralmente é mais forte. Na história da ufologia, muitas vezes foram confundidas com discos voadores pelo seu aspecto semelhante, tanto que são conhecidas também como nuvens UFO (OVNI em Inglês).

As nuvens lenticulares se formam normalmente entre 6 mil e 12 mil metros de altitude, como dito, com a presença de vento mais forte. O mapa de hoje de vento em altitude mostrava forte vento na altitude em que os aviões voam sobre o Centro da Argentina pela corrente de jato subtropical e vento forte em altura também na ponta Norte da península antártica pelo efeito do jato polar.


Quando aeronaves encontram uma onda de montanha, em regra há turbulência forte a até severa. Quem já viajou para o Chile, por exemplo, deve lembrar dos pilotos invariavelmente alertando para o risco de turbulência momentos antes de se cruzar a Cordilheira dos Andes.

Uma das formas de se constatar a presença de ondas de montanha é justamente a presença de nuvens lenticulares. Quando o ar está muito seco, entretanto, e as nuvens não se formam, os pilotos não têm a advertência visual sobre o risco de turbulência na presença das ondas. Aqui na América do Sul, o local onde as nuvens lenticulares são mais comuns é na região da Cordilheira dos Andes, onde as montanhas atingem até mais de seis mil metros de altitude.

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