A MetSul Meteorologia alerta que uma área de menor pressão na costa entre o Sul e o Sudeste do Brasil deve ampliar a abrangência da chuva e trazer mais precipitações excessivas para áreas já castigadas por volumes extremos de chuva no Leste e no Nordeste de Santa Catarina assim como no Leste do Paraná.

Um cavado (área alongada de menor pressão atmosférica), o que favorece instabilidade com chuva e temporais, se estende de Minas Gerais ao Litoral de São Paulo e depois para o Oceano Atlântico.

Com esta baixa pressão entre as costas do Sul e do Sudeste e ainda um centro de alta pressão de grande dimensão no Atlântico Sul fica favorecido o aporte de umidade do mar em direção ao continente que ao interagir com o relevo da Serra do Mar provoca volumes muito elevados de chuva em área mais ao Leste de Santa Catarina e do Paraná.

Os acumulados de chuva são excepcionais neste evento de instabilidade. Dados de estações meteorológicas oficiais no Nordeste de Santa Catarina mostram acumulados em 96 horas até o final da manhã desta terça de 495 mm em Schroeder, 393 mm em Joinville que decretou situação de emergência, 323 mm em Benedito Novo e 263 mm em Jaraguá do Sul.

Na Grande Florianópolis, os acumulados de precipitação em 92 horas batem em 224 em Santo Amaro da Imperatriz e Antonio Carlos, 201 mm em Rancho Queimado, 183 mm em Palhoça e até 165 mm em pontos da ilha, em Florianópolis.

Nas demais regiões de Santa Catarina, na esmagadora maioria das localidades os acumulados de chuva desta semana até agora são baixos e em algumas cidades mais próximas do Rio Grande do Sul no Oeste e no Meio-Oeste sequer choveu.

Chuva se intensifica no Sul catarinense e Florianópolis

Os mais recentes dados dos modelos indicam que o cenário de altíssimo risco por chuva com volumes excessivos se mantém até quinta-feira ou as primeiras horas da sexta no Leste e no Nordeste de Santa Catarina assim como no Leste do Paraná.

O mapa acima mostra a projeção de chuva em 72 horas, até 21h de quinta-feira, do modelo de alta resolução WRF da MetSul. O modelo projeta a possibilidade de acumulados adicionais de 150 mm a 300 mm em pontos destas regiões no intervalo de três dias, o que se somará aos já elevadíssimos volumes que se precipitaram.

Chuva prevista pelo modelo alemão Icon para hoje (terça)

Chuva prevista pelo modelo alemão Icon para amanhã (quarta)

Chuva prevista pelo modelo alemão Icon para quinta

Uma das áreas que deve experimentar uma intensificação da chuva com risco de altos volumes e precipitação por vezes torrencial é a capital Florianópolis e a Grande Florianópolis. Elevados acumulados de chuva devem afetar ainda o Litoral Norte catarinense e algumas cidades do Norte do estado, agravando ainda mais a situação.

Outra área que experimentará um aumento da frequência e intensidade da chuva é o Sul de Santa Catarina com volumes localmente muito altos. Pontos próximos da Serra, no Sul do estado, devem ter chuva por vezes intensa e com volumes muito altos.

Chuva atingirá mais regiões gaúchas

Dados de modelos numéricos mostram chuva mais abrangente no Rio Grande do Sul nos próximos dias pelo aumento da umidade e a manutenção do ar quente no estado. Com isso, pancadas de chuva típicas de verão, por natureza breves e isoladas que se alternam com sol, devem ser frequentes em Porto Alegre e muitas cidades ao menos até o começo da próxima semana, sobretudo durante a tarde após horas de sol e nuvens.

Uma vez que estas nuvens de chuva se formam pela combinação de ar quente e umidade, algumas podem ser carregadas e trazer chuva isolada de forte intensidade com altos volumes em curto período. Com calor, mesmo a possibilidade de alguns temporais localizados passageiros e típicos de verão não podem ser descartados acompanhando as pancadas geradas pelas nuvens com grande desenvolvimento vertical.

Apesar da chuva atingir maior número de localidades nos próximos dias no Rio Grande do Sul, as precipitações serão muito mal distribuídas. Atente no mapa acima com a projeção de chuva do modelo alemão Icon como em muitos pontos do estado os volumes devem ser baixos. Deve chover mais em setores da Metade Norte. Em algumas localidades é possível que sequer chova ou chova minimamente nos próximos sete dias, tal o nível de irregularidade da chuva que se prevê.

Como consultar os mapas

Todos os mapas de chuva neste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas. A plataforma oferece ainda mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.