Pensou que o inverno rigoroso já era depois do julho mais quente já registrado no Brasil? Então, como a história está recheada de exemplos, depois de um julho mais quente, não raro agosto reserva frio muito intenso e às vezes com neve. Agosto sendo agosto, aliás, mês que tem como marca alternância de frio e temperatura mais alta, além de fenômenos extremos.
E vai ser o caso de 2022 com a chegada de potente ar polar nesta semana. E não será qualquer frio. A massa de ar frio pode trazer as menores mínimas até agora no ano no Rio Grande do Sul em várias cidades, batendo registros de junho. E não será só frio. Teremos quase de tudo no tempo: sol, calor, frio, chuva, vendavais, granizo, baixa umidade, alta umidade, ciclone, raios, geada, neve, chuva congelada, etc.
Antes do ar gelado, porém, teremos chuva. Em dois episódios. Por duas frentes frias. Primeiro, entre hoje e amanhã, frente fria avança com chuva e raios pelo Rio Grande do Sul. A instabilidade que já ontem provocou chuva em algumas regiões, hoje se espalha. A frente chega depois em Santa Catarina, Paraná e parte do Mato Grosso do Sul e São Paulo. Aí o tempo melhora no decorrer do dia amanhã no estado gaúcho e o sol retorna com marcas mais baixas no amanhecer da quarta que terá manhã de sol.
Na tarde de quarta aquece mais porque entrará ar quente com a atuação de centro de baixa pressão no Norte da Argentina. Aquecimento que precede chuva porque já na quarta, da tarde pra noite, haverá chuva e temporais em várias cidades com muita instabilidade no período da noite.
O centro de baixa dará origem a ciclone na quinta com chuva e rajadas de vento, formando ainda vigorosa frente fria que traz instabilidade em parte do estado e avançará por Santa Catarina, Paraná, o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil com chuva forte em vários pontos e prováveis vendavais pela formação de frentes de rajadas.
Uma potente massa de ar frio, então, toma conta do Rio Grande do Sul na quinta. Esfriará muito e o fim da quinta terá temperatura muito menor que o começo do dia. O ar gelado chega com vento forte e baixa sensação térmica com queda de temperatura acentuada nos demais estados do Sul e em parte do Centro-Oeste, do Norte e do Sudeste brasileiro.
Alguns dados indicam chuva congelada e/ou neve em pontos mais altos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina no final da quinta e na sexta, mas neve é ponto em aberto por dúvidas se haverá umidade suficiente. Os modelos da madrugada desta segunda insistiam na perspectiva de neve, alguns quase nada de neve e outros um pouco mais.
O que não é dúvida é o frio intenso om geada que fará nas madrugadas de sexta e do fim de semana em muitos pontos do Centro-Sul do Brasil. Grande parte das cidades gaúchas terá marcas perto de 0ºC ou negativas, com geada generalizada. Algumas estações de maior altitude do Rio Grande do Sul, na Serra do Sudeste e Aparados, podem ter mínimas no sábado de -6ºC a -7ºC. Em Santa Catarina, no Planalto Sul, marcas ainda menores.
A semana agitada dia a dia
Hoje, frente fria traz muitas nuvens, chuva e trovoadas de manhã no Oeste e no Sul gaúcho enquanto na Metade Norte o sol aparece com nuvens. Na faixa central do estado, o que inclui Porto Alegre, sol e nuvens com chuva isolada e passageira. A frente avança pelo território gaúcho entre a tarde e a noite, o que vai levar chuva e trovoadas a todas as regiões até o final desta segunda. Risco de chuva localmente forte e temporais isolados de vento e granizo. No Oeste e no Sul, onde chove desde cedo, a temperatura se eleva menos. No Centro e na Metade Norte, tempo abafado com rajadas de vento Norte. Na maior parte do Centro-Sul do Brasil, o sol predomina com temperatura alta à tarde.
Amanhã, a frente fria se desloca mais para Norte com muitas nuvens e chuva no Norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e pontos do Oeste e do Sul de São Paulo. No restante do território gaúcho, o tempo tende a apresentar melhoria com sol, nuvens e temperatura agradável. Ao avançar para Norte, o sistema frontal provocará chuva localmente a forte e não são descartados temporais isolados, sobretudo no Mato Grosso do Sul.
Na quarta-feira, o sol aparece com nuvens na maior parte do Sul do Brasil e o dia será quente para agosto, mas terá início uma radical mudança do tempo. Um centro de baixa pressão que vai avançar do Norte da Argentina e do Paraguai para a região vai instabilizar o tempo da tarde para a noite em muitas áreas do Sul do Brasil com chuva e temporais. É alta a probabilidade de chuva forte a intensa em vários locais com raios e prováveis temporais, alguns fortes de vento e granizo em alguns pontos.
Na quinta, à medida que uma potente massa de ar frio avança pelo interior do continente, o centro de baixa pressão se desloca para o mar e se aprofunda como um ciclone extratropical que dá origem a uma intensa frente fria que vai trazer chuva no começo do dia em muitas áreas do Sul do Brasil e depois se deslocará para o Sudeste e o Centro-Oeste.
A frente, ao se propagar pelo Centro-Sul do Brasil na quinta-feira, trará chuva em grande número de localidades. O sistema tende a enfraquecer ao cruzar pelo Sudeste, onde não deve causar muita chuva e sequer trará precipitação em algumas áreas, mas no Centro-Oeste o ramo frontal será muito ativo com intensa instabilidade no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso.
A advertência é que a frente trará alto risco de chuva localmente forte e de temporais no Centro-Sul do Brasil entre quarta e quinta com alto potencial de tempo severo com chuva forte, granizo e vendavais principalmente no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso. A formação de frentes de rajada poderá gerar tempestades de areia em alguns pontos do Centro-Oeste, além do Paraguai e da Bolívia.
Na sexta-feira, uma massa de ar frio de origem polar de grande intensidade traz muito frio com vento no Sul e em muitas áreas do Centro-Oeste e do Sudeste. Não se descarta chuva congelada ou neve nas áreas de maior altitude do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. São Paulo pode ter a tarde mais fria do inverno e do ano. Tudo precedendo um amanhecer de sábado que será de marcas baixíssimas com geada generalizada no Sul do Brasil e também muito baixas em setores do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil.