NORBERTO OLIVA

Moradores de diferentes cidades e departamentos do Uruguai observaram no céu na manhã desta segunda-feira uma formação de nebulosidade em forma tubular como um rolo avançando na atmosfera. A nebulosidade foi observada, por exemplo, no departamento de Salto, no Oeste do país.

DIEGO RUETE

A formação de nuvens do tipo rolo no Uruguai nesta segunda acompanha o avanço de ar mais frio com a passagem de uma frente fria pelo país. O sistema frontal já atua no Oeste e no Sul do Rio Grande do Sul com chuva localmente forte, raios e granizo isolado.

Uma nuvem rolo é uma formação de nuvem baixa, horizontal e em forma de tubo, uma onda solitária rolante no céu. Existem, a propósito, dois tipos de nuvens arcus, as nuvens de rolo e nuvens de prateleira.

Nuvens de prateleira são normalmente encontradas ao longo da borda de uma tempestade e resultam da corrente descendente da tempestade. As nuvens do tipo rolo podem às vezes se formar antes da nuvem de prateleira. Ela pode, então, se desprender da estrutura à medida que a tempestade perde intensidade e continua avançando, o que oferece a percepção de estar rolando horizontalmente pelo céu. As nuvens do tipo rolo são normalmente encontradas ao longo de regiões costeiras resultantes de uma brisa marítima ou frente fria, mas se formam sobre terra também.

Nuvens do tipo rolo, ou volutus, têm sua gênese a partir de diferenças de velocidade e direção dos ventos em diferentes níveis de altitude, na parte da baixa da atmosfera, uma vez que se formam em camadas mais baixas. Estas nuvens podem ter centenas de quilômetros de extensão e não raro chamam atenção nas imagens de satélite. Muitas vezes se formam na dianteira de uma massa de ar mais frio, como era o caso de hoje de manhã no Uruguai.

A nuvem rolo da espécie volutus está relacionada com os gêneros Altocumulus e Stratocumulus. Ou seja, pode ser uma Altocumulus volutus (mais alta e menos alongada) ou Stratocumulus volutus (mais baixa e mais alongada). A espécie foi oficialmente incluída no Atlas Internacional de Nuvens da OMM em 2017.