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O calor de 2022 tem provocado altos índices de queimadas. Em menos de 40 dias, a Argentina registrou 957% no aumento de casos em comparação com o ano anterior. Segundo dados de monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o país vizinho soma 8.384 de focos de calor entre 1° de janeiro e 8 de fevereiro desse ano, em 2021 foram 793. Durante a onda de calor extrema que ocorreu em janeiro, o governo argentino chegou a registrar 800 focos de incêndio em apenas um único dia.

No Paraguai, o aumento também foi enorme, com 901% de focos a mais que o ano passado,  saltando de 438 em 2021 para 4.386 em 2022. No Brasil, de uma forma geral,  os números foram parecidos e oscilaram ao redor de 3.200. No Sul do país, o percentual foi maior. Esse ano, o número de focos de incêndio aumentou 222% em relação ao mesmo período do ano passado em toda a região.

Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul

Dos três estados, o Rio Grande do Sul foi o estado mais afetado com pontos de queimadas. Dados do INPE indicam que, entre 1º de janeiro e 8 de fevereiro de 2022, o estado soma 196 focos de calor. Isso representa um aumento de 232% em relação ao mesmo período de 2021. Em Santa Catarina, foram 12 focos de incêndio em quase 40 dias de 2021, contra 78 em 2022, uma elevação de 550%. No Paraná, o número saltou de 35 para 68, um aumento de 94%.

Parte dessa alta nos casos de focos de queimadas acontece pela onda de calor extrema e histórica que atuou no mês de janeiro e fez explodir o número de incêndios na Argentina, no Paraguai e também no território gaúcho. Da mesma forma, a escassez de chuva contribuiu para esse aumento de queimadas. Os dados de precipitação dos últimos meses apontam para um grande déficit de chuva para cidades da Metade Oeste do Sul do país que em consequência disso, tem tido muitas tardes com baixíssimos índices de umidade relativa do ar. O calor combinado com ar e vegetação seca em dias de vento mais forte cria o ambiente ideal para as queimadas ficarem fora de controle.

Quantidade de fumaça diminuiu nas últimas semanas

Na comparação acima, observa-se a imagem de satélite do dia 14 de janeiro (à esquerda), no auge da onda de calor, e a imagem de 9 de fevereiro (à direita) na qual é possível ver claramente que quantidade de fumaça das queimadas diminuiu muito nas últimas semanas entre o Centro/Norte da Argentina, Paraguai e Rio Grande do Sul.

Essa redução se deve aos episódios de chuva que se sucederam entre a segunda metade de janeiro e o começo de fevereiro. A passagem de frentes frias com a instabilidade e o vento ajudaram a “limpar” a atmosfera na região. Entretanto, as queimadas seguem já que a chuva tem sido muito irregular e com volumes abaixo da média histórica, insuficientes, portanto para dar fim aos incêndios.