Nuvens em forma de coração sobre o Atlântico Sul | ZOOM EARTH

Uma formação de nebulosidade sobre o Atlântico Sul chamou a atenção nas imagens de satélite. Ela lembrava o formato de um coração. A nebulosidade em coração podia ser vista no começo da manhã de ontem a partir das imagens do satélite meteorológico GOES-16 da NOAA/NASA na dianteira de uma frente fria.

A imagem chamou a atenção do pesquisador e aficionado por Meteorologia europeu Nahel Belgherze. O coração gigante de nuvens se formou no céu nas latitudes do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina a centenas de quilômetros da costa, no Atlântico Sul.

Obviamente, não formou coração algum no céu. O que há é um fenômeno chamado de pareidolia. Analogamente, é o mesmo que faz a gente ver animais ou objetos nos formatos das nuvens no céu ou uma figura divina numa mancha na parede.

Pesquisa da Universidade de New South Wales (UNSW) – Sydney mostrou que processamos rostos “falsos” usando os mesmos mecanismos visuais do cérebro que fazemos para os reais. Em um artigo publicado na revista Psychological Science, o pesquisador principal Dr. Colin Palmer, da Escola de Psicologia da UNSW Science, afirma que ver rostos em objetos do cotidiano é muito comum, o que é destacado pelos muitos memes e páginas da web dedicadas a ele na internet.

“Páginas em sites como Flickr e Reddit acumularam milhares de fotografias de objetos do cotidiano que se parecem com rostos, enviadas por usuários de todo o mundo”, diz ele. “Uma característica marcante desses objetos é que eles não apenas se parecem com rostos, mas podem até transmitir um senso de personalidade ou significado social.

Não é a primeira vez que aspectos de nuvens chamam a atenção por lembrar símbolos ou pessoas. Formações curiosas em imagens de satélite, aliás, não são novidade. Em 2016, uma imagem divulgada pelo meteorologista norte-americano Stu Ostro chamou a atenção da comunidade meteorológica, viralizou na internet e acabou virando notícia nos jornais. Em um dos canais de imagens de satélite realçados, o furacão Mathew parecia uma caveira.

A imagem mostra o furacão através de uma lente infravermelha. Foi ajustada para mostrar a tempestade em cores que acentuam o olho do furacão. Basicamente, os cientistas usam uma tabela de cores para identificar a parte mais forte da tempestade. Os dentes da caveira, no caso, são nuvens convectivas frias.

O furacão Matthew foi o primeiro de categoria 5 no Atlântico desde Felix em 2007. Matthew causou danos catastróficos e uma crise humanitária no Haiti, bem como devastação generalizada no Sudeste dos Estados Unidos.

O furacão mais mortal no Atlântico desde Stan em 2005, Matthew foi a décima terceira tempestade nomeada, o quinto furacão e segundo furacão intenso (categorias 3 a 5) da temporada do Atlântico de 2016.  A tempestade deixou mais de 600 mortos, sendo mais de 500 no Haiti, e prejuízos de 16 bilhões de dólares.