Raios no céu de Novo Hamburgo durante a maior chuva do ano na Grande Porto Alegre | Daniel Fleck

Grande Porto Alegre teve a maior chuva do ano com as precipitações registradas no dia de ontem (28). Os acumulados passaram dos 50 mm em toda a área metropolitana com registros superiores a 75 mm em alguns pontos, o que trouxe alagamentos e acúmulo de águas em ruas e avenidas de diferentes municípios da região.

Em Porto Alegre, a chuva acumulada em 24h até 9h deste sábado foi de 77,8 mm, o que superou o registro em 24 horas do dia 22 de maio de 49,3 mm como o mais alto de 2021 até o momento. Choveu na Capital em pouco mais de doze horas o triplo que cai de água em todo o mês de abril que foi excepcionalmente seco.  

Nesse sentido, o total de precipitação do último mês na capital gaúcha foi de 26,2 mm. Foi o terceiro mês consecutivo de chuva abaixo da média histórica em 2021 e o 5º abril mais seco desde 1961. E foi quase um mês inteiro sem chuva em Porto Alegre, já que quase toda a precipitação de abril ocorreu apenas entre os dias 25 e 26 do último mês.

GRANDE PORTO ALEGRE

A chuva registrada foi volumosa também na região metropolitana de Porto Alegre. Os volumes, considerando diferentes redes de estações, foram de até 87 mm em Alvorada, 82 mm em Campo Bom, 80 mm em Viamão, 77 mm em Eldorado do Sul, 76 mm em Novo Hamburgo e Cachoeirinha, 74 mm em Canoas, 73 mm em Gravataí, 69 mm em Sapucaia do Sul e 68 mm em São Leopoldo.  

Em Campo Bom, a estação do Instituto Nacional de Meteorologia registrou em 24 horas até 9h deste sábado 76,7 mm, elevando a precipitação de maio para 196,5 mm, logo um acumulado muito acima da média histórica mensal que é de 121,8 mm. Assim como em Porto Alegre, o maior episódio de chuva em meses. Foi a maior altura diária de chuva no local desde 8 de julho do ano passado, no intenso ciclone que se seguiu uma semana depois do ciclone bomba, quando choveu 86,8 mm na estação do Inmet de Campo Bom.

POR QUE CHOVEU TANTO?

Um centro de baixa pressão térmico entre o Norte da Argentina e o Paraguai gerou o avanço de ar quente para o Rio Grande do Sul que ao encontrar o ar frio que estava sobre o Estado formou nuvens muito carregadas durante a sexta-feira e que despejaram grandes volumes de chuva e que chegaram até a 150 mm no Centro do Estado. Foi um sistema de instabilidade com característica de frente quente, o que explica o grande número de raios registrados ao longo da sexta.  

Em um segundo momento, o avanço de ar mais frio a partir do Uruguai começou a deslocar a instabilidade para Norte, agora com característica de frente fria, o que reforçou a chuva no final da sexta e no começo deste sábado na Metade Norte do Rio Grande do Sul.

QUANDO VOLTA A CHOVER

Dados de modelos numéricos indicam a possibilidade de o Rio Grande do Sul voltar a ter chuva na próxima quarta-feira com a passagem de uma frente fria de fraca atividade e que não traria volumes muito altos na maioria das cidades gaúchas. Esta frente precederia um pulso de ar frio que deve tangenciar o Estado e trazer mais madrugadas de temperatura baixa na segunda metade da semana.