Diferentemente do ano passado, quando havia El Niño, e de 2023, quando atuava a La Niña; o outono de 2025 tem início com o Oceano Pacífico Equatorial numa condição de neutralidade, ou seja, sem a presença de El Niño ou La Niña).

NOAA
As condições de neutralidade se estabeleceram há algumas semanas, depois de várias semanas seguidas com anomalia de temperatura da superfície do mar e um padrão atmosférico de La Niña entre dezembro e meados de fevereiro.
Na semana em que se inicia o outono, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste – região do oceano usada para designar se há El Niño ou La Niña – está em 0,3ºC, ou seja, na faixa de neutralidade (-0,4ºC a 1,4ºC).
Nos últimos dias, esta parte do oceano voltou a apresentar resfriamento, assim a MetSul projeta que a atualização da NOAA, a agência de clima dos Estados Unidos, deve trazer valor perto de 0ºC no boletim semanal a ser divulgado na segunda-feira.
Embora oficialmente o quadro seja de neutralidade, perto da costa da América do Sul, as águas superficiais no Pacífico Equatorial junto aos litorais do Peru e do Equador, região que é denominada de Niño 1+2, estão mais quentes do que a média.
Trata-se do chamado El Niño costeiro, que não deve ser confundido com a forma clássica do El Niño. O aquecimento desta parte do Pacífico tem efeitos muito mais limitados globalmente, mas no Peru e no Equador costuma provocar muita chuva e temperatura acima do normal.
Quando esta parte do oceano mais próxima do Peru e do Equador aquece, como neste começo de outono, há uma tendência de menor probabilidade de ingressos de massas de ar frio no Sul do Brasil.
Neutralidade não é normalidade no clima
A tendência para o outono é que as condições permaneçam neutras, embora em parte da estação com anomalias positivas de temperatura da superfície do mar sem que seja caracterizado um evento clássico de El Niño e em outra parte com anomalias negativas, sem que seja caracterizado um evento de La Niña.
Neutralidade é frequentemente confundida com normalidade, mas pode trazer tanto extremos de El Niño como de La Niña. Assim, tanto na precipitação como na temperatura os sinais podem ser mistos no decorrer da estação.
No caso de 2025, a partir das projeções dos modelos, o sinal de precipitação para a maior parte do Sul do Brasil neste outono tem características mais de La Niña com chuva abaixo da média enquanto na temperatura o sinal é mais de El Niño com frequência de frio abaixo do habitual.
Tendência para os próximos meses
Conforme a mais recente atualização mensal da NOAA, publicada poucos dias atrás, para o trimestre climatológico de outono de 2025, que compreende os meses de março a maio, as estimativas são 19% de La Niña, 81% de neutralidade e 0% de El Niño.

NWS
Para o trimestre abril a junho de 2025, os valores informados foram 22% de La Niña, 77% de neutralidade e 1% de El Niño. No trimestre de maio a julho, 24% de Niña, 72% de neutralidade e 4% de Niño. Já no trimestre de junho a agosto, o de inverno, 29% de probabilidade de Niña, 62% de neutralidade e 9% de Niño.
Por sua vez, no trimestre de julho a setembro, 33% de probabilidade de Niña, 55% de neutralidade e 12% de Niño. No trimestre de agosto a outubro, 38% de La Niña, 49% de neutro e 13% de El Niño.
No trimestre de primavera, de setembro a novembro, a NOAA projeta hoje probabilidades de 40% de Niña, 46% de neutralidade e 14% de Niño. Finalmente, no último trimestre do ano, de outubro a dezembro, as probabilidades são de 42% de La Niña, 42% de neutro e 16% de El Niño.
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