Inversão térmica favoreceu neblina hoje cedo em Porto Alegre | Ana Aguiar/Rádio Guaíba

Inversão térmica favorece nevoeiro e neblina. Dias de nevoeiro e neblina são comuns nesta época do ano no Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira, por exemplo, Porto Alegre, a região metropolitana e vários pontos do Estado amanheceram com restrição de visibilidade horizontal em diversos locais.

Em Porto Alegre, o Aeroporto Salgado Filho teve neblina com 2 mil metros de visibilidade horizontal no começo da manhã em razão de neblina, entretanto não chegou a ocorrer nevoeiro que se dá quando a visibilidade cai abaixo de mil metros. Já na base aérea de Canoas houve ocorrência de nevoeiro com 700 metros de visibilidade.

Bancos de neblina e nevoeiro foram observados também em outros pontos da região metropolitana de Porto Alegre, como o Vale do Sinos, mas foram isolados e muitos locais amanheceram com sol nesta quinta-feira.

Inversão térmica favorece nevoeiro e neblina

Fenômeno comum nesta época do ano é a ocorrência de inversão térmica que proporciona a formação de nevoeiro e neblina. Ar mais quente começa a ingressar em níveis mais altos da atmosfera na parte final da atuação de uma massa de ar frio, gerando temperatura mais alta em altitude do que em superfície, quando o normal é a temperatura diminuir à medida que a altitude é maior.

Sondagem por balão meteorológico das 9h da manhã desta quinta no Aeroporto Salgado Filho mostrou a presença de pequena e modesta inversão térmica, o que explica o porquê de a Capital não ter tido forte nevoeiro. Nesse sentido, a sondagem atmosférica apontou às 9h uma temperatura na superfície de 9,2ºC, mas logo a 50 metros de altitude fazia 11,2ºC. Até mais de mil metros de altitude a temperatura era maior que em superfície com registro pela rádio-sondagem de 13,6ºC a 355 metros. Entre 1.900 e 2 mil metros foi observada uma outra pequena camada de inversão com temperatura de 10,2ºC.

Nevoeiro na climatologia 

Um estudo da Força Aérea Brasileira (FAB) da frequência do fenômeno no Aeroporto Salgado Filho, realizado entre os anos de 1998 e 2006, de autoria de Luiz Alexandre Fragozo de Almeida, mostrou que no período houve 63 dias de nevoeiro em junho, 56 em maio e 48 em julho.

Este período de maio e junho, assim, costuma ser de alta incidência de nevoeiro na área metropolitana. A Grande Porto Alegre está ao Norte da Lagoa dos Patos e é entrecortada por vários rios (Caí, Jacuí, Sinos e Gravataí) com muitas áreas alagadiças e de banhados,  o que favorece a ocorrência de nevoeiro. Porto Alegre, ademais, tem o Guaíba ao seu lado do Sul ao Norte da cidade, o que faz com que frequência de nevoeiro e neblina seja muito maior em áreas próximas do manancial.