Milhares de moradores deixaram suas casas na capital grega com a chegada de incêndios florestais aos subúrbios do Norte de Atenas. Ao menos uma pessoa morreu. O fogo atinge desde a semana passada diversas regiões da Grécia, consumindo florestas, destruindo residências e comércios, e ainda ameaçando sítios históricos.

Homem observa bombeiros apagando as chamas de cima de um caminhão enquanto um incêndio se espalha ao redor do vilarejo de Afidnes, cerca de 30 quilômetros ao Norte de Atenas em 5 de agosto de 2021 | Louisa Gouliamaki/AFP/MetSul Meteorologia

Neste momento, existem 56 incêndios ativos na Grécia sendo combatidos por milhares de bombeiros e voluntários. Ordens de evacuação foram dadas em diversas cidades na área de Evia enquanto o fogo avançava ao Norte de Atenas, consumindo florestas e casas, em direção ao Lago Maratona que é o principal reservatório de água da capital grega.

As autoridades da Grécia descrevem a situação como “extremamente perigosa”. O vento muito forte nesta sexta-feira piorou ainda mais o quadro dos incêndios em meio à onda de calor extremo histórica e de rara intensidade. Em Evia, a Guarda Costeira grega montou uma operação de emergência para retirar moradores por barcos de vilarejos costeiros que estavam sendo ameaçados pelo fogo. As rotas de fuga de várias praias foram bloqueadas pelas chamas.

O governo da Grécia e autoridades européias culpam as mudanças climáticas pela onda de calor extremo que assola o país e causa os incêndios florestais, o que se repete em outros países do Sul europeu, junto ao Mediterrâneo, como Itália e Turquia. Os incêndios turcos são descritos pelo governo de Ankara como os piores em décadas.

Na Itália, duas pessoas morreram em consequência da inalação de fumaça. A qualidade do ar se deteriorou muito também em Atenas com os incêndios ao Norte da cidade e uma camada cinza de fumaça com redução de visibilidade tomou conta da capital grega, o que elevou os índices de qualidade do ar para valores considerados péssimos.

Uma estação meteorológica automática perto de Atenas chegou a registrar máxima de 46,1ºC no dia 3.

A violenta onda de calor que assola o Mediterrâneo desde a semana passada não para de estabelecer recordes de temperatura máxima e mínima alta.

As marcas históricas estão caindo na Grécia, Turquia e Albânia com marcas em algumas localidades até acima de 45ºC.

A temperatura mínima na terça em Plakias, na ilha de Creta, foi de 35,2ºC, a mais alta mínima já registrada em agosto no continente europeu.

Só que quarta outra estação de Creta, em Paleochora, indicou os mesmos 35,2ºC. As estações da ilha de Kos com 40,4ºC e Lamezia, na Itália, tiveram recordes de temperatura máxima.

Na Turquia, na segunda, a temperatura chegou a 46,5ºC. A estação de Aydin teve a maior máxima da sua série histórica com 45,1ºC. Na Grécia, os termômetros indicaram 43ºC no antigo aeroporto de Hellenikon e 47,1ºC em Langadas.

A marca ficou apenas 0,1ºC da mais alta temperatura já observada em agosto na Grécia de 47,2ºC no ano de 1958 na estação de Trikala. O recorde de máxima absoluta no país é 47,5ºC.