Um centro de baixa pressão já influencia o tempo no Rio Grande do Sul com chuva irregular no território gaúcho e abundante quantidade de nuvens durante esta quinta-feira. Embora em muitas cidades não tenha chovido ou chovido muito pouco, em pontos do interior gaúcho a chuva veio com pancadas fortes. É o começo de um proceso de ciclogênese (formação de um ciclone) que se dará sobre o estado gaúcho nesta sexta.

Livramento teve chuva forte no fim da tarde desta quinta-feira | ANDERSON ALVES

Os acumulados de chuva em 12 horas entre 12h e 19h desta quinta-feira em estações oficiais foram de 24,6 mm em Canela, 15,8 mm em Bento Gonçalves, 14,8 mm em Santa Rosa, 12,4 mm em Uruguaiana, 11,6 mm em São Luiz Gonzaga e 10,8 mm em Livramento. No Noroeste, Horizontina acumula 40 mm desde ontem. Em Livramento, forte pancada de chuva no final da tarde gerou pontos de acúmulos de água nas vias.

O vento também começa a se intensificar pela influência da área de baixa pressão. Durante a tarde, o Oeste e o Noroeste tiveram vento moderado com rajadas em algumas localidades. Nas Missões, estações meteorológicas chegaram a registrar rajadas de 50 km/h a 60 km/h na área de São Luiz Gonzaga.

No final do dia de hoje e no começo desta sexta-feira a área de baixa pressão se aprofunda muito no Noroeste do Uruguai, na altura do departamento de Artigas, e no extremo Oeste gaúcho, na região de Uruguaiana e Quaraí, com possibilidade de chuva forte e temporais com acentuado risco de granizo isolado.

O centro de baixa pressão (ciclone) de 1000 hPa a 1002 hPa estará sobre o Rio Grande do Sul nesta sexta e vai migrar do Oeste para o Sul gaúcho. O sistema traz instabilidade para a maior parte do estado no decorrer desta sexta com chuva ao menos em parte do dia em muitas cidades.

A instabilidade, contudo, não será persistente na maioria dos municípios e a chuva tende a se alternar com aberturas de sol e muitas nuvens. Por isso, as precipitações tendem a ser bastante irregulares nesta sexta mais uma vez no território gaúcho com altos acumulados em alguns pontos e baixos na maioria dos municípios.

Pontos isolados podem ter chuva forte com pancadas por vezes intensas ou torrenciais e temporais isolados de granizo não podem ser descartados, sobretudo na fronteira com o Uruguai, Campanha e o Sul. Chance maior de chuva forte na primeira metade do dia nestas regiões. No Sul, a instabilidade será mais persistente por estar sob o vórtice ciclônico (rosca) da baixa pressão.

O que vai merecer atenção ainda é o vento. Grande parte do Rio Grande do Sul terá somente vento fraco ou moderado sem qualquer risco, mas para o Sul e no Leste do estado o modelo WRF da MetSul está indicando o avanço de uma área de vento forte a intenso que migraria do Sul para a região da Lagoa dos Patos, a região de Porto Alegre e depois o Litoral Norte.

Conforme as projeções do modelo, o campo de vento que deve avançar do Sul pelo Leste do Rio Grande do Sul pode ter rajadas de vento de 60 km/h a 80 km/h em vários pontos. O vento mais forte alcançaria Porto Alegre na segunda metade do dia. No Litoral Norte, no fim da tarde e à noite.

O modelo WRF para o Litoral Norte projeta vento ainda mais forte com rajadas entre 80 km/h e 100 km/h, ocasionalmente superiores em pontos isolados. Este, contudo, não é o cenário indicado por todas as simulaações computadorizadas. O modelo europeu, o que tem mais alto índice de acerto entre os modelos globais, não aponta tal cenário de forte vento no Leste gaúcho como o WRF.