Com os estágios iniciais de um provável evento de El Niño (e que parte da Meteorologia crê possa ser forte) cresce em importância o monitoramento oceânico. Apesar dos recursos por satélites, cientistas alertam há meses que o monitoramento do Pacífico Equatorial, região em que se dá o El Niño, está prejudicado na comparação com tempos passados. Só um terço das bóias instaladas no mar e que medem parâmetros atmosféricos e oceânicos do projeto TAO reportariam dados diariamente.


Quase metade falhou nos últimos dois anos. A rede foi instalada ao longo de uma década após o Super El Niño de 1982/1983 e sofreu com a falta de investimentos e reparos. Menos dados se traduzem em prognósticos menos confiáveis, advertem os cientistas. A manutenção anual custa 10 milhões de dólares, valor ínfimo no orçamento americano. O NOAA, órgão oficial de Meteorologia dos Estados Unidos, contudo, anunciou que iniciará reparos em 70 bóias, mas que o trabalho só acaba em 2015.

O declínio da rede observacional de águas superficiais e subsuperficiais no Pacífico Equatorial começou principalmente com a “aposentadoria” do navio de pesquisa Ka’Imimoana em 2012, depois que a embarcação atingiu seu tempo máximo de uso. O navio realizava as manutenções anuais das bóias do projeto TAO a um custo de cerca de 10 milhões de dólares por ano. Os cortes orçamentários para a área de ciências nos Estados Unidos são apontados também como causa para o declínio da rede.