Os furacões devem se tornar cada vez mais intensos e, assim, mais destrutivos. É o que indica a mais recente literatura científica sobre ciclones tropicais.
O Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirma que o aquecimento global provavelmente levará a um aumento da proporção de furacões de maior gravidade, de categorias 4 e 5.
Com efeito, os dados apontam que de 1980 até os dias atuais a força e a taxa de intensificação dos ciclones tropicais aumentou. O destaque ficou para o Atlântico Norte.
Um estudo indica que modelagens climáticas sob um cenário de aquecimento global de 2ºC projetam aumento de intensidade dos furacões em cerca de 5%.
Piora no risco de inundações
O relatório do IPCC mostra ainda que as forçantes humanas causam um aumento global do nível médio do mar desde a década de 1970 e uns alta da umidade perto da superfície.
Com isso, a condição se torna mais favorável a inundações. Então, as enchentes estão entre as principais causas de desastres com perdas de vidas humanas.
As chuvas intensas e inundações podem se tornar cada vez mais destrutivas, de acordo com as pesquisas. O motivo é o deslocamento mais lento dos ciclones.
Os furacões com maior duração na mesma área trazem mais chuva. Um exemplo foi o Harvey no o Texas em agosto de 2017. A chuva em Houston superou 750 milímetros em 3 dias.
Os ciclones tropicais mais intensos ocorreram também no Oeste do Pacífico Norte, no Leste e Sudeste da Ásia. Um aumento de intensidade entre 12 a 15% no período de 1977-2014 se deu na região.
Com o aumento da temperatura global, os furacões começam a se dar cada vez mais na direção dos pólos.
Temporada recorde de ciclones tropicais
Por fim, a temporada de furacões de 2020 no Atlântico Norte foi muito ativa e recorde. O período teve o maior número de tempestades dos registros até hoje em um total de 30.
O balanço foi de seis furacões de categoria entre 3 e 5 e cinco furacões de categoria 4 e 5.
As tempestades foram em muitos casos de duração relativamente curta. Oito duraram por apenas dois dias ou menos com intensidade de tempestade tropical ou mais forte.
Ainda assim, em 2020 foi registrada a maior quantidade de tempestades de longa duração desde 1878, totalizando 22 ocorrências.