Guarda florestal observa um incêndio fora de controle perto da cidade marroquina de Ksar el-Kebir, na região de Larache | FADEL SENNA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A bolha de calor que castigou a península ibérica e trouxe temperaturas extremas em Portugal e na Espanha com incêndios florestais de grandes proporções e ao menos mil mortos pelas altas temperaturas também castigou o Norte da África. O país mais atingido, pela proximidade com a península ibérica, foi o Marrocos.

Bombeiros e militares marroquinos lutaram por dias para controlar pelo menos quatro focos de incêndio que avançaram no Norte do país, disse à agência AFP o diretor do Centro de Gestão de Riscos Climáticos Florestais, Fouad Assali. Impulsionados por ventos violentos, os incêndios foram declarados nas províncias de Larache, Uezán, Tetuán e Taza, disse Assali.

As chamas não causaram vítimas, mas forçaram a evacuação de mais de 500 famílias de forma preventiva, segundo comunicados oficiais, divulgados pelo governo. Quatro hidroaviões do Exército operaram sobre as áreas queimadas, perto de Alcazarquivir, segundo jornalistas da AFP.

Uma pequena localidade da região de Alcazarquivir foi destruída pelas chamas, segundo jornalistas da AFP presentes no local. Desde a noite de quarta-feira, mil hectares de floresta foram queimados nas províncias de Larache e Uezán, segundo um balanço provisório.

Ontem, os bombeiros marroquinos, apoiados por mais reforços, continuaram a combater os incêndios que ocorrem há cinco dias em áreas remotas do Norte do reino, disseram autoridades locais à AFP. Na região de Larache, cerca de 4.660 hectares de terra foram danificados, sendo que quase metade deles foram afetados pelo fogo, onde foi detectado um grande foco de incêndio e uma morte foi registrada.

Até agora, 1.325 famílias espalhadas por 19 douars (aldeias) foram evacuadas, segundo fontes locais. Reforços adicionais do exército e bombeiros foram enviados desde sexta, especialmente na área de Kasr al-Kabir, uma das áreas mais vulneráveis ​​e de difícil acesso. Centenas de hectares de floresta também foram destruídos nas províncias vizinhas de Ouezzane, Tetouan e Taza.

FADEL SENNA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

FADEL SENNA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

FADEL SENNA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

FADEL SENNA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

FADEL SENNA/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Na tentativa de travar a propagação dos incêndios, quatro aviões “Canader” da Força Aérea e outros quatro aviões “Turbo Thrush” estão a realizar missões, paralelamente ao destacamento de centenas de bombeiros, proteção florestal, defesa civil, forças de apoio, Forças Armadas Reais e Agentes de Recuperação Nacional. e voluntários.

O Marrocos sofreu por vários dias com uma onda de calor em meio a temperaturas próximas dos 45ºC, em um contexto de forte seca e de estresse hídrico. Do outro lado do Estreito de Gibraltar, os incêndios assolaram o Sul da Europa, de Portugal à Grécia, passando por Espanha e França.