Pessoas se refrescam em uma piscina durante uma onda de calor em Madri, na Espanha. A massa de ar quente elevou as temperaturas acima de 40ºC em grande parte da Península Ibérica com marcas perto de 44ºC no território espanhol. | OSCAR DEL POZO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Depois de Espanha e Portugal, França e Reino Unido se preparam para a chegada de uma onda de calor excepcional, a segunda em apenas um mês e com temperaturas superiores a 35ºC. De acordo com os cientistas, existe uma relação direta entre as ondas de calor e a mudança climática, já que as emissões de gases de efeito estufa aumentam sua intensidade, duração e frequência.

A onda de calor que se instalou no Oeste da Europa “afeta principalmente Espanha e Portugal, mas está previsto que se intensifique e se espalhe”, declarou a porta-voz da Organização Meteorológica Mundial, Clare Nullis, em Genebra. Essas temperaturas extremas produzem “secas” e impactam as “geleiras nos Alpes”, alertou a porta-voz, uma semana depois do desprendimento de uma parte da geleira italiana de Marmolada, que deixou 11 mortos.

A onda de calor na França vai durar ao menos até o início da próxima semana. No Sudoeste do país, esperam-se temperaturas de até 38ºC nesta quarta. Na França, dois incêndios queimaram 1.000 hectares de floresta na terça-feira na região de Bordeaux, no Sudoeste francês. O maior deles destruiu 800 hectares de pinheiros perto de Landiras, a cerca de 40 quilômetros de Bordeaux.

O segundo incêndio foi declarado perto da localidade turística de Duna de Pilat, localizada na baía de Arcachon. As chamas, que consumiram cerca de 180 hectares de pinheiros antigos, obrigaram pelo menos 6.000 campistas a se retirarem como medida preventiva. Nesta quarta, o fogo continuava ativo, de acordo com os bombeiros. A primeira-ministra, Elisabeth Borne, pediu ao seu governo que se mobilize contra o “rápido impacto” do calor “na saúde da população, principalmente dos mais vulneráveis”.

No Reino Unido, o serviço meteorológico emitiu um alerta laranja para uma “onda de calor extrema” a partir de domingo, com temperaturas superiores aos 35ºC. A companhia de água pediu aos britânicos que economizem até a última gota, o que inclui ferver apenas o suficiente para sua xícara de chá.

Com o termômetro acima dos 40°C, Espanha e Portugal continuam sofrendo um calor sufocante. Ainda com a lembrança dos incêndios de 2017, que deixaram cerca de 100 mortos, os focos que assolaram o Centro de Portugal durante o fim de semana voltaram na terça-feira à tarde, provocando a evacuação de várias cidades e a mobilização de mais de mil bombeiros no combate ao fogo.

Segundo imagens da televisão local, bombeiros e moradores tentavam conter o avanço das chamas, que ameaçavam várias localidades dos municípios de Leiria, Pombal, Ourém e Alvaizere. Na Espanha, quase todo país estava em alerta nesta quarta-feira devido a temperaturas extremas de até 44ºC.

Crianças se refrescam com a água de uma fonte pelo calor acima de 30ºC em Nantes, Oeste da França, durante o segundo evento extremo de temperatura alta deste verão na Europa Ocidental | LOIC VENANCE/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Espanha é o país castigado pelas temperaturas mais extremas com estações meteorológicas apontando máximas perto de 44ºC | JORGE GUERRERO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

A onda de calor, que começou no último fim de semana e se prolongará pelo menos até domingo provocará temperaturas excepcionalmente altas em todo país nesta quarta, com regiões como Andaluzia (Sul), Extremadura (Sudoeste) e Galiza (Noroeste) sob alerta vermelho, alertou a agência meteorológica espanhola Aemet.

Com exceção do arquipélago atlântico das Ilhas Canárias, todas as outras regiões espanholas foram colocadas sob alertas de vários níveis, por causa do calor. Ontem, uma temperatura máxima de 43,9°C foi registrada em Mérida, cidade da Extremadura, perto de Portugal. Nesta quarta, os termômetros devem subir mais um pouco, com 44ºC esperados em Badajoz (Extremadura), ou Córdoba (Andaluzia). A princípio, o recorde absoluto na Espanha, de 47,4ºC, registrado em agosto de 2021 em Montoro, perto de Córdoba, não será quebrado.