Foram 18 meses de negociações, mas, finalmente, o Senado dos Estados Unidos aprovou neste domingo o ambicioso plano do presidente norte-americano Joe Biden para o clima. Trata-se de uma vitória política para o mandatário da Casa Branca a menos de cem dias das eleições de meio de mandato, marcadas para novembro.
Apenas com votos favoráveis dos senadores democratas, a votação foi 50 a 50 no Sendo com o voto de desempate da presidente da casa, a vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris que pela Constituição tem o direito de desempate. O plano de 430 bilhões de dólares retornará agora à Câmara dos Representantes para uma votação final e depois será sancionado por Biden.
Biden comemorou a decisão do Senado e reconheceu que nem todos estão felizes com o resultado final. “Isso exigiu muito compromisso”, disse em um comunicado. “A Câmara dos Representantes deve aprová-lo o mais rápido possível e estou ansioso para transformá-lo em lei”, acrescentou.
“Demorou, mas o Senado finalmente avançou numa legislação climática transformadora. Obrigado aos senadores Schumer e Manchin e a todos os senadores que lutaram para garantir que a ação climática fosse uma prioridade neste projeto de lei. Agora para a Câmara e para a mesa do Presidente”, escreveu o ex-vice-presidente e ativista do clima Al Gore.
It's been a long time coming, but the Senate has finally advanced transformative climate legislation. Thank you to Senators Schumer and Manchin and to every Senator who fought to ensure that climate action was a priority in this bill. Now to the House and to the President's desk!
— Al Gore (@algore) August 7, 2022
Produto de difíceis compromissos com a resistência de ala dos democratas, a iniciativa, apelidada de “Lei de Redução da Inflação”, inclui 370 bilhões de dólares para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40% antes de 2030. Com essa reforma, cada americano receberá até 7.500 dólares em créditos fiscais para a compra de um carro elétrico. A instalação de painéis solares nos telhados será reembolsada em 30%.
A reforma possibilitaria fortalecer a resistência das florestas diante dos violentos incêndios que assolam o Oeste do país, cuja multiplicação tem sido atribuída diretamente ao aquecimento global. Vários bilhões de dólares em créditos tributários também serão oferecidos às indústrias mais poluidoras para ajudá-las em sua transição energética, medida fortemente criticada pela esquerda do partido.