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Dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) mostram situação de melhora no setor elétrico com mais chuva e menor carga em razão da temperatura mais baixa | EVARISTO SÁ/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Chuva escassa e intenso calor seria o pior cenário possível para o setor elétrico neste mês de outubro no Centro-Sul do Brasil, mas o que se verifica é o oposto. Pouca chuva diminui a geração de energia e forte calor aumenta a demanda por luz. Só que ocorreu o oposto. Assim como a MetSul vinha indicando, outubro teria chuva próxima ou acima da média nas áreas das principais represas do Centro-Sul do Brasil e ainda alta frequência de massas de ar frio com menor temperatura no Sul e no Sudeste.

A chuva das últimas semanas, com o fim do período seco e o começo da temporada úmida, foi responsável por uma melhora na situação energética no Brasil a ponto de frustrar o risco de racionamento de luz. O cenário ainda está distante do ideal, em particular no subsistema Sudeste e Centro-Oeste que é considerado a “caixa d´água” do país, mas melhorou e tende a seguir melhorando com chuva abundante no Paraná e em estados do Centro do Brasil.

De acordo com o último boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) com as previsões do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para a semana de 15 a 22 de outubro, reflete tal cenário de melhora de afluência. A previsão do ONS é que a Energia Natural Afluente (ENA) alcance 138% no subsistema Centro-Oeste/Sudeste e 114% da Média de Longo Termo (MLT) no subsistema Sul.

O Operador Nacional do Sistema apontou ainda houve queda de 2,1% na carga de energia em outubro no Sistema Interligado Nacional (SIN), em comparação com o mesmo período de 2020. A diminuição da carga, ou seja, menor demanda por energia, ocorreu com a permanência de temperaturas amenas nas capitais dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul.


A menor temperatura foi especialmente registrada no Sul do Brasil, região que foi alcançada por sucessivas massas de ar frio e está com a temperatura máxima média (a que ocorre durante a tarde) muito abaixo dos padrões históricos de outubro.

Assim, dois dos quatro subsistemas apresentam decréscimo na carga, destacando-se o Sul com queda de 4,7% e 11.315 MW médios. A região Sudeste/Centro-Oeste vem em seguida com diminuição de 3,8% com 39.911 MW médios. Os sistemas Norte e Nordeste, ao contrário, têm aumento da carga.

Mais chuva e temperatura segue amena

A perspectiva deve seguir muito favorável durante os próximos quinze dias para a geração de energia no Brasil, podendo inclusive superar as estimativas do Operador Nacional do Sistema. Isso porque o cenário de precipitação se mantém com chuva mais abundantes entre o Centro-Sul de Goiás e Minas Gerais, logo beneficiando a bacia do Alto Paranaíba e a região de Furnas.

O mapa mostra a projeção de anomalia de chuva para os próximos 15 dias do modelo climático norte-americano CFS, disponível ao assinante na seção de mapas. Observa-se a tendência de chover acima a muito acima da média em diversas áreas do subsistema Centro-0este e Sudeste.

A situação deve continuar favorável igualmente na temperatura. A projeção do modelo CFS é que os próximos 15 dias tenham temperatura abaixo da média desta época do ano nos três estados do Sul e ainda nas capitais da Região Sudeste, ou seja, mantendo o padrão favorável para uma menor carga.

Tendências de mais longo prazo indicam que o mês de novembro seguiria com chuva volumosa e abundante em muitos locais do subsistema Sudeste, o que contribuiria para melhorar ainda mais os níveis dos reservatórios e garantiria maior afluência nas usinas. Se o cenário ainda está longe do ideal, o que já choveu e ainda vai chover deve afastar de momento o Brasil da situação de quase colapso que experimentou até dias atrás.

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