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Uma tempestade solar atinge a Terra desde o começo da madrugada desta terça-feira, o que trouxe uma espetacular aparição de auroras nos céus da América do Norte e Europa com avisos de que o fenômeno poderia ser visível mesmo em regiões como a Austrália e a Nova Zelândia.

O que provocou a tempestade solar foi uma ejeção de massa coronal liberada pelo Sol após uma explosão do tipo M1.6 ocorrida às 3h40 (hora de Brasília) no sábado (9). Cientistas já prognosticavam que a ejeção, conhecida na sigla em inglês como CME (coronal massa ejection), alcançasse o nosso planeta neste começo de semana porque a labareda no sol ocorreu em ponto do disco solar que estava voltado na direção da Terra no momento do evento.

A chegada do vento solar tardou um pouco em relação ao prognosticado, mas no final da segunda-feira (11) magnetômetros na Suécia e outros países começaram a registrar um subido e repentino impulso geomagnético. A ejeção de massa coronal alcançou o satélite DSCOVR às 22h48 (hora de Brasília) da segunda e a Terra às 23h30, o que desencadeou uma tempestade geomagnética do tipo G2 que é considerada moderada no geral, mas pode ser forte a severa nos polos com impacto em comunicações.

O vento solar medido na sonda DSCOVR rapidamente aumentou de 336 quilômetros por segundo às 22h42 para 487 quilômetros por segunda dois minutos mais tarde. Tempestade geomagnética do tipo menor G1 foi declarado pelo Space Weather Prediction Center (SWPC) da NOAA às 22h57 de ontem e uma moderada do tipo G2 à 1h47 de hoje (hora de Brasília).  O índice planetário K medido pelo SWPC chegou a 6, ou seja, no nível de tempestade.

“Maior evento de auroras em anos”

A tempestade geomagnética provocou uma espetacular aparição de auroras na América do Norte, Islândia e no Norte da Europa com as redes sociais do Canadá e do Norte dos Estados Unidos se enchendo de fotos do fenômeno verde e de outras cores no céu.

A aurora boreal chegou a estados norte-americanos como Washington, Iowa, Ohio, Idaho e até Massachussetts, mas foi muito mais visível no Canadá, até na região de Vancouver. As auroras eram tão intensas no céu que podiam ser fotografadas até com câmeras de celular. Pilotos de aviões publicaram imagens das auroras que fizeram das cabines de comando ao sobrevoar o Norte dos Estados Unidos, como no voo 225 da United Airlines sobre Iowa.

As contas no Twitter do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos (NWS) dos escritórios de Seattle e de Spokane assim como do Departamento de Transporte do estado de Washington publicaram imagens das auroras na região.

O serviço de Meteorologia do Reino Unido, o Met Office, chegou a emitir um aviso de que a aurora boreal poderia ser visível na Escócia e na Irlanda do Norte. Aviso semelhante partiu do Bureau de Meteorologia da Austrália (BoM) que alertou que a aurora austral poderia ser observada na ilha da Tasmânia e outras áreas mais ao Sul do país como Victoria.

Observadores de auroras em diferentes províncias do Canadá destacaram que foi o evento mais impressionante em anos e o maior até agora do atual ciclo solar de onze anos que recém começou. A parte mais intensa da tempestade geomagnética já passou, mas na próxima noite ainda são esperadas condições G-1 que vão trazer mais auroras nos extremos do planeta.

Tempestade solar não traz perigo no Brasil

Uma tempestade solar como esta não tem efeitos perceptíveis no Brasil e o máximo que pode ocorrer é alguma interferência em sinal de televisão por satélite. Os impactos são mais sentidos em regiões próximas aos polos. Entre os impactos nestas áreas de maior latitude e na órbita terrestre do planeta estão flutuações na rede elétrica que podem disparar alarmes de tensão, interferência em GPS, mudanças nas orientações de satélites e grande impacto na propagação de ondas de rádio, especialmente de HF.