Rio atmosférico persistente e que vai durar ainda vários dias agrava a situação da chuva extrema no Rio Grande do Sul. Um corredor de umidade está configurando, transportando grande quantidade de umidade da região amazônica pelo interior do continente até o território gaúcho, favorecendo precipitações excessivas a extraordinárias por dias seguidos.
Há uma grande massa de ar seco e quente persistente com um bloqueio atmosférico no Centro do Brasil, o que faz com que a umidade amazônica seja canalizada por áreas do interior da América do Sul em direção ao Sul até o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
Como o ar quente tropical avança junto para Sul, forma-se uma combinação explosiva de umidade abundante com atmosfera muito aquecida, o que forma sucessivamente fortes a intensas áreas de instabilidade com volumes de chuva excessivos e temporais isolados com granizo e vendavais.
Os dados dos modelos indicam que este rio atmosférico seguirá atuando entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai durante grande parte desta primeira semana de maio, o que explica a manutenção da chuva com volumes excessivamente altos e que fez a MetSul advertir para uma quadro de gravidade extrema que vai piorar ainda mais no estado gaúcho com mais enchentes.
Os rios atmosféricos são regiões longas e concentradas na atmosfera que transportam ar úmido dos trópicos para latitudes mais altas. O ar úmido, combinado com ventos de alta velocidade, produz chuva pesada e neve, conforme a região no mundo. Esses eventos extremos de precipitação podem levar a inundações repentinas, deslizamentos de terra e danos catastróficos à vida e à propriedade.
Embora os rios atmosféricos tenham muitas formas e tamanhos, aqueles que contêm as maiores quantidades de vapor de água podem criar chuvas e inundações extremas, muitas vezes parando sobre bacias hidrográficas vulneráveis a inundações. Tais episódios podem interromper estradas, induzir deslizamentos de terra e causar danos catastróficos à vida e à propriedade.
No Brasil, estes rios atmosféricos se originam principalmente da região amazônica. Na maioria das vezes, um corredor de umidade se forma e avança pelo interior da América do Sul no sentido Sul até alcançar as latitudes médias e trazer chuva para o Sul do país. O Sul do Brasil tem a influências destes rios atmosféricos em qualquer época do ano. No Centro-Oeste e no Sudeste, estes corredores de umidade atuam mais nos meses quentes do ano.
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