Era impossível neste domingo olhar as imagens de satélite do Cone Sul da América do Sul e não ter a atenção chamada por uma espiral de nuvens sobre a província argentina de Buenos Aires que pela sua simetria e a aparente, e somente aparente, presença de um olho lembrava até a estrutura de um furacão.

Só que não tem nada de furacão, ciclone bomba ou fenômeno de grande escala que gere vento intenso. Trata-se apenas de uma área de baixa pressão que por natureza é ciclônica (gira no sentido horário no Hemisfério Sul). Trata-se, a propósito, de um centro de baixa pressão medíocre de apenas 1.010 hPa a 1.012 hPa em superfície, logo sequer é profundo.

Centros de baixa pressão, mesmo não sendo intensos, às vezes são capazes de gerar uma estrutura de espiral nas imagens de satélite que impressionam, mas isso não significa que representem um risco meteorológico relevante. Tanto que neste momento sequer há alerta meteorológico vigente para a província de Buenos Aires emitido pelo Serviço Meteorológico Nacional da Argentina. O vento sequer passou de 50 km/h no Aeroporto Internacional de Ezeiza até o fim da tarde.

Céu em La Plata com as nuvens da área de baixa pressão (Marcelo Metayer/Twitter)

A tendência é que este sistema de baixa pressão migre para Nordeste e esteja a Sudeste-Leste do Rio Grande do Sul na terça-feira. O máximo que este sistema pode gerar aqui no Estado é um aumento temporário de nuvens no Sul gaúcho com alguma chance, e não é grande, de instabilidade muito isolada no Extremo Sul do Estado, nas áreas do Chuí e de Santa Vitória do Palmar. Nada mais!