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O primeiro dia de agosto começou com chuva, raios e granizo isolado em algumas regiões, mas depois o tempo abriu com sol em todo o Rio Grande do Sul. Uma massa de ar quente cobriu o Estado e a temperatura máxima ficou perto dos 29ºC em Santa Rosa, no Noroeste gaúcho. Se tudo isso aconteceu já no primeiro dia, o que reserva o restante de agosto que é conhecido como o “mês do cachorro louco”

Agosto faz jus à fama do “cachorro louco” também no clima. Se na maioria dos meses do ano é comum alternâncias de períodos quentes e frios por estar o Rio Grande do Sul numa zona de “fronteira climática”, em agosto estas variações são ainda mais radicais. Já se viu muitas vezes o Estado sair de um dia com mais de 30ºC para frio intenso e neve só 24h ou 36h depois.

É um mês que tem um aumento substancial dos dias de temperatura amena o elevada na comparação com os dois demais meses do inverno, junho e julho, e ainda registra um aumento na frequência de temporais, especialmente de granizo. Ainda, há precedentes de ciclones intensos e de episódios graves de tempo severo, como o que trouxe o tornado em Muitos Capões em 2005.

 Esta é a climatologia histórica, mas o que se espera para 2020?

 O mês de agosto neste ano poderá ser repartido em dois momentos. A primeira e segunda quinzenas do mês serão radicalmente distintas na chuva e na temperatura. Na chuva, o mês terá grande variabilidade de volumes de uma região para outra com excessos em algumas áreas e volumes abaixo da média em outras. Já a temperatura mensal vai ficar acima da média, fortemente influenciada pela primeira metade do mês.

 Na primeira quinzena, um bloqueio atmosférico vai trazer um padrão de tempo mais seco. Em muitas cidades do Sul do Brasil não vai chover nos primeiros 15 dias de agosto, especialmente no Norte gaúcho, em Santa Catarina e no Paraná. Alguns dados indicam a possibilidade de no dia 8 uma frente fria trazer chuva em baixos volumes para pontos do Centro e do Sul gaúcho. Uma frente fria que avançaria pelo Sul do Brasil com chuva mais generalizada é projetada apenas para a metade do mês, ao redor dos dias 14 ou 15.

 Na segunda metade do mês, a tendência é de um aumento da chuva no Sul do Brasil com possibilidade de algumas áreas excederem a média histórica de chuva de todo o mês, que já é uma das mais altas do ano. Por isso, enquanto a primeira metade de agosto tende a ser mais seca, a segunda deve ser mais molhada.

O mesmo padrão deve ocorrer na temperatura. Quase todos os dias, se não todos os dias, da primeira metade do mês devem ter temperatura acima da média com uma massa de ar quente cobrindo o Sul do Brasil a partir do bloqueio atmosférico. Em diversos destes dias se espera calor à tarde.

A segunda quinzena de agosto, por sua vez, reserva uma drástica mudança. O frio voltará e diversas jornadas serão de temperatura baixa, mas o frio não durará a quinzena inteira e alguns dias podem voltar a ter temperatura alta.

Ao redor da metade do mês, logo no começo da segunda quinzena de agosto, dados por modelos indicam a possibilidade de uma massa de ar polar de maior intensidade que não só traria temperatura muito baixa como geada.