Os ventos levantam cerca de 100 milhões de toneladas de poeira do deserto do Saara a cada ano e uma parte considerável sopra sobre o Oceano Atlântico Uma nova nuvem de poeira neste começo de junho avançou do continente africano e chegou ao Caribe e ao Norte da América do Sul, como mostram imagens de satélite do Sistema Copernicus divulgadas pela Adam Plataform.
A poeira desempenha um papel importante no clima e nos sistemas biológicos da Terra. As partículas transportadas pelo ar absorvem e refletem a luz solar, alterando a quantidade de energia solar que atinge a superfície, e também podem promover ou reduzir a formação de nuvens e tempestades, dependendo de outras condições atmosféricas.
A poeira pode piorar a qualidade do ar e ter efeitos negativos para a saúde, principalmente para pessoas com problemas pulmonares, mas, no geral, avança em grande altitude e não oferece maiores riscos à população nas Américas. Rica em ferro e outros minerais que as plantas e o fitoplâncton precisam, estas nuvens fornecem fertilizante natural para ecossistemas oceânicos e em terra, como na região amazônica.
O deserto do Saara é de longe a maior fonte de poeira no ar da Terra e as tempestades podem surgir em qualquer época do ano. Nas tempestades de inverno e primavera, a poeira do Saara muitas vezes acaba fertilizando solos pobres em nutrientes da floresta amazônica.
Tempestades de poeira no verão tendem a lançar material mais alto na atmosfera, permitindo que as plumas viajem milhares de quilômetros. Esses padrões de vento sazonais de verão podem transportar a poeira da África para o Caribe e o Golfo do México. Nuvens de poeira chegaram recentemente à Flórida, Texas e outros estados do Sul dos Estados Unidos em meados de maio de 2022. No Atlântico Norte, estas nuvens de poeira reduzem o risco de formação de ciclones tropicais (tempestades tropicais e furacões).