REDES SOCIAIS

Uma tempestade severa com violentas rajadas de vento atingiu por volta das 16h deste domingo o município catarinense de São João do Itaperiú, na região do Vale do Itajaí. O vento destrutivo causou muitos danos na pequena localidade catarinense com população perto de quatro mil habitantes. O temporal causou danos ainda no município de Massaranduba.

Em São João do Itaperiú, a ferocidade das rajadas de vento derrubou árvores e destelharam casas. Houve ainda danos em estabelecimentos rurais, como em silos, e na cobertura de prédios e empresas. Os danos foram graves para a Igreja Matriz da cidade que teve o seu telhado levantado pelo vento.

Parte da cobertura de um posto de combustível veio abaixo com o vento muito intenso. A estrada SC-415, que dá acesso à cidade, foi afetada por queda de árvores em diversos pontos em um trecho. Além disso, várias casas e estabelecimentos tiveram destelhamentos na área urbana.

A Prefeitura Municipal de São João do Itaperiú informou que em consequência da tempestade severa que afetou a localidade vai decretar situação de emergência ainda neste domingo. Foram mobilizados servidores municipais e agentes da Defesa Civil para atender as ocorrências.

A tempestade severa ocorreu após uma tarde de muito calor. Estações da Epagri-Ciram na área indicaram máximas de até 35ºC, como em Massaranduba e Luiz Alves, ou seja, as condições térmicas na atmosfera eram propícias para tempestade severas isolados.

Meios de imprensa de Santa Catarina afirma que o vento em São João do Itaperiú atingiu 75 km/h, mas os danos na cidade são condizentes com vento muito superior, possivelmente perto ou acima de 120 km/h em alguns locais pelo nível de destruição observado.

Tratou-se de um episódio muito isolado e severo de vento, como costuma ocorrer nesta época do ano em tempestades fortes ou severas em que o calor e a umidade formam nuvens de grande desenvolvimento vertical que geram vendavais isolados.

É prematuro para fazer uma avaliação do que causou exatamente o vento destrutivo em São João do Itaperiú, mas a conclusão não fugirá de dois fenômenos: microexplosão atmosférica ou um tornado. Os danos provocados por ambos são semelhantes.

DEFESA CIVIL

Tanto a corrente descendente de vento violenta (microexplosão) como um tornado podem gerar danos muito graves e até catastróficos. Os danos numa área mais extensa são condizentes com microexplosão, mas existem vários casos documentados dos dois fenômenos ocorrendo num mesmo episódio de tempo severo. O rastro deixado na SC-145, por exemplo, coincide em padrão mais com tornado.

DEFESA CIVIL

A combinação de umidade mais elevada com temperatura alta proporciona que as condições se tornem propícias para a ocorrência de temporais isolados de chuva torrencial com elevados volumes em curto intervalo, vento forte e granizo nesta época do ano. Era o caso de hoje no Nordeste catarinense e ainda com a influência de uma área de baixa pressão.

Estes temporais se dão principalmente da tarde para a noite, quando se formam nuvens de grande desenvolvimento vertical pelo aquecimento diurno que gera movimentos convectivos (ar ascendente) na atmosfera.

 

A convecção forma nuvens do tipo Torre Cumulus (TCu) e Cumulonimbus (Cb) que causam os temporais localizados e não raro muitíssimo isolados. Localmente, alguns destes temporais podem ser fortes a severos mesmo com risco de danos.

Quanto mais quente e atmosfera e menor a pressão atmosférica, maior é o potencial para haja a formação de nuvens muito carregadas e mais alta a probabilidade de temporais localizados de maior severidade. O ar quente e a umidade são os combustíveis para tempo severo e dias de calor mais intenso apresentam maior probabilidade de tempestades se a atmosfera não estiver muito seca.