Meteorologistas do Centro de Previsão do Clima da NOAA, a agência de tempo e clima norte-americana, uma divisão do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, prognosticam uma temporada de furacões quase normal no Atlântico Norte neste ano de 2023.

As perspectivas para o período, que vai de 1º de junho a 30 de novembro, indicam 40% de chance de uma temporada quase normal, 30% de chance de uma temporada acima do normal e 30% de chance de abaixo do normal em número de ciclones tropicais nomeadas (tempestades tropicais, subtropicais e furacões).

A NOAA prevê um intervalo de 12 a 17 tempestades nomeadas no total. Destes, 5 a 9 podem se tornar furacões, incluindo 1 a 4 grandes furacões (categoria 3 a 5). Em 2022, a temporada de furacões no Atlântico ficou perto da média, mas foi extremamente destrutiva.

O número de tempestades nomeadas ficou perto da média, houve um número ligeiramente acima da média de furacões, um número ligeiramente abaixo da média de grandes furacões (que são de categoria 3 ou superior na escala Saffir-Simpson) e número quase normal índice de energia ciclônica acumulada (ACE). Foram 14 tempestades nomeadas durante a temporada no ano passado.

Embora a temporada com números perto do normal em 2022, os furacões Fiona e Ian trouxeram impactos historicamente significativos em certas áreas do Caribe e da América do Norte. Depois que Fiona causou alguns bilhões de dólares em danos em Porto Rico, o sistema atingiu a Nova Escócia como um poderoso ciclone extratropical, tornando-se o desastre climático mais caro registrado na costa atlântica do Canadá.

Já o furacão Ian se tornou o furacão a trazer maior prejuízo na Flórida e o terceiro de maior prejuízo já registrado nos Estados Unidos, atrás apenas do Katrina em 2005 e de Harvey em 2017. Além disso, 150 mortes ocorreram na Flórida, tornando Ian o ciclone tropical mais mortal no estado norte-americano desde o furacão do Dia do Trabalho de 1935.

Conforme a NOAA, “espera-se que a temporada de furacões no Atlântico de 2023 seja menos ativa do que nos últimos anos, devido a fatores concorrentes – alguns que suprimem o desenvolvimento de tempestades e outros que o alimentam – impulsionando a previsão geral deste ano para uma temporada quase normal”.

Depois de três temporadas de furacões com a La Niña presente no Pacífico, os cientistas da NOAA antecipam um alto potencial de El Nino, o que pode suprimir a atividade de furacões no Atlântico. A influência do El Niño para reduzir furacões, por outro lado, pode ser compensada por condições favoráveis locais no Atlântico tropical.

Essas condições incluem o potencial para monções acima do normal na África Ocidental, que produz ondas de leste africanas que dão origem a algumas das tempestades atlânticas mais fortes e duradouras, e temperaturas da superfície do mar muito mais quentes do que o normal no Oceano Atlântico tropical e no Mar do Caribe, o que garante mais energia para alimentar o desenvolvimento da tempestade.

Os dois fatores fazem parte da variabilidade de longo prazo nas condições atmosféricas e oceânicas do Atlântico que são propícias ao desenvolvimento de furacões, conhecida como a era de alta atividade dos furacões no Atlântico associada à Oscilação Multidecadal do Atlântico, o que tem produzido temporadas mais ativas desde 1995.