A Meteorologia pode auxiliar a população antes, durante e depois dos desastres, inclusive nos esforços dos governantes para buscar recursos a fim de socorrer as vítimas e promover a reconstrução das áreas afetadas. Da previsão ao sensoreamento remoto são muitas as formas da ciência meteorológica contribuir com as autoridades e a comunidade.
Foi o que se viu hoje em Brasília durante uma reunião do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional para obtenção de verbas federais para a reconstrução dos locais arrasados pelo ciclone da última semana.
Numa das imagens de divulgação do Palácio Piratini, o mandatário gaúcho aparece mostrando no computador o material da MetSul Meteorologia publicado na véspera com imagens de satélite em alta resolução que revelam a extensão do desastre das inundações no estado gaúcho (veja aqui o material especial).
A comitiva liderada pelo governador Eduardo Leite apresentou hoje ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, em Brasília, a primeira estimativa de recursos necessários para apoio do governo federal à reconstrução de municípios afetados pelo ciclone.
O governo gaúcho calcula que são necessários cerca de R$ 91,6 milhões para recuperação dos principais estragos. Por se tratar de um cálculo inicial, o valor poderá aumentar. “Esse foi o pior evento climático dos últimos 40 anos no Rio Grande do Sul. Trouxemos a Brasília uma comitiva com secretários estaduais e deputados para reforçar a mobilização por esse apoio”, afirmou o governador.
Ao titular do ministério, Waldez Góes, o governador e a comitiva apresentaram um panorama dos efeitos do ciclone, que resultou em 16 mortes até o momento. Além disso, 54 municípios foram atingidos e há mais de 15 mil pessoas fora de casa, entre desabrigados e desalojados.
O governo do Rio Grande do Sul pede inicialmente R$ 30,6 milhões para recuperação de rodovias, pontes e estradas vicinais; R$ 26 milhões para 88 escolas afetadas; R$ 20 milhões para hospitais e postos de saúde; e R$ 15 milhões para construção de casas.
Na reunião, os governos estadual e federal acertaram ainda como agilizar o reconhecimento federal de decretos de situação de emergência pelos municípios mais atingidos. Até agora, Maquiné e Caraá tiveram os decretos reconhecidos pela Defesa Civil Nacional. A expectativa do governo do Estado é de enviar mais 40 decretos para a União nos próximos dias.
Os trabalhos de recuperação das estradas já começaram. Quinze caminhões atuam na construção de passagem emergencial no acesso a Caraá, pela ERS-030, no Litoral Norte, uma das áreas mais prejudicadas pelo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul.
Os trabalhos são coordenados pela Secretaria de Logística e Transportes (Selt) e pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). A previsão é que as obras estejam concluídas ainda esta semana.
No município de Três Cachoeiras, na ERS-494, localidade de Morro Azul, distante 80 quilômetros de Caraá, os serviços também seguem em ritmo acelerado. Os trabalhos devem ser concluídos na semana que vem.
Em Santo Antônio da Patrulha, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) também trabalha em ritmo acelerado para recuperar a ponte que dá acesso à cidade, na ERS-474. Um desvio provisório para o tráfego de veículos está sendo providenciado. A estrutura da ponte, que foi completamente destruída, está sendo demolida. O desvio deve ficar pronto em sete dias. A reconstrução da ponte deve ser finalizada em julho, dependendo das condições do tempo.