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O Serviço Meteorológico Nacional (SMN), da Argentina, emitiu um alerta de chuvas intensas e nevascas que podem ter acumulações superiores a dois metros na Cordilheira dos Andes. Um quadro de enorme instabilidade é esperado para os próximos dias, gerando precipitações muito excessivas.

Nevascas devem tornar estradas nos Andes intransitáveis e fechar várias passagens rodoviárias entre Argentina e o Chile com grande número de pessoas e caminhões retidos nos dois lados da fronteira | ARQUIVO

 

De acordo com o SMN, sucessivas frentes frias e sistemas de baixa pressão avançarão do Oceano Pacífico, provocando chuvas e nevascas persistentes e abundantes nas montanhas das províncias de Chubut, Rio Negro, Neuquén e Mendoza. A chuva mais forte é esperada entre esta quinta-feira, 22 de junho, e segunda-feira, 26 de junho. A área já está em alerta de nível amarelo, conforme o serviço argentino.

Ao longo do período, as previsões mostram que, na cordilheira de Mendoza, a neve pode atingir uma média entre 40 cm e 150 cm de neve acumulada, enquanto nas altas montanhas espera-se que ultrapasse os 2 metros de altura.

Nas zonas andinas de Chubut, Río Negro e Neuquén haverá chuva e nevasca, que se alternarão entre esta quinta-feira e sábado. A partir de domingo, os fenômenos serão principalmente de neve. A previsão é que até o início da próxima semana, a área receba entre 50 e 100 mm de precipitação acumulada, com máximas de 200 mm nas altas montanhas.

O SMN recomenda que “a população das áreas afetadas tome todas as precauções necessárias e fique alerta para a possibilidade de enchentes de rios e córregos”. “É importante evitar circular em estradas e percursos com presença de neve. Da mesma forma, é aconselhável seguir as indicações das autoridades locais e estar atento aos alertas oficiais emitidos”, observa.

A MetSul observa que os altos acumulados de neve devem ir além da segunda-feira no Sul do continente, sobre os Andes. As acumulações em áreas montanhosas podem atingir vários metros em alguns pontos por um padrão persistente de instabilidade.

A projeção de precipitação do modelo europeu para os próximos dez dias indica acumulados de precipitação de 300 mm a 400 mm para setores dos Andes entre o Chile e a Argentina, o que é extremamente perigoso por inundações em áreas mais baixas e por neve excepcional nos Andes.

Com temperatura ao redor de 0ºC, 300 mm a 400 mm significaria três a quatro metros de neve na alta montanha, mas como as taxas de acumulação de neve são mais altas com temperatura muito mais baixa – que se registram nos picos – os acúmulos de neve podem atingir marcas impressionantes de cinco metros ou mais, criando o risco de avalanches.

Não há indicativo no momento que esse temporal de neve venha para o Brasil. Os próximos dias devem ter instabilidade com alternância de sol, chuva, frio e calor. No final do mês, existe a possibilidade de ingresso de ar polar, segundo algumas projeções.