O evento de chuva extrema associado ao ciclone na costa gaúcha trouxe acumulados de 200 mm a 350 mm em pontos de medição dos vales, da Grande Porto Alegre e da região entre a Serra e o Litoral Norte.
Foram acumulados extraordinários em curtos períodos e que em algumas cidades atingiram duas vezes a média de precipitação do mês inteiro em pouco mais de 24 horas, especialmente em municípios situados junto às elevações entre a Serra do Nordeste e o Litoral Norte gaúcho.
A chuva excepcional acabou por gerar inundações repentinas e desencadeou cheias de rios. As duas principais bacias a sofrerem cheias foram as dos rios Caí e do Sinos, que têm as nascentes nas áreas em que mais choveu.
A cheia do Sinos, em particular, foi de muito grande proporção e a maior em uma década, de acordo com as medições feitas no vale comparadas aos registros históricos. Desde agosto de 2013 o Sinos não atingia cotas tão altas no Vale do Sinos.
O Rio dos Sinos chegou na segunda-feira a 8,03 metros, o maior nível em dez anos em Novo Hamburgo, no pico da cheia. Depois de permanecer estável por três horas, em 8,02 metros entre às 5h29 e 9 horas da segunda-feira, o nível do Rio dos Sinos subiu mais um centímetro na medição das 9 horas na estação de captação de água bruta da Comusa. Com 8,03 metros, foi o maior nível desde a enchente histórica de 2013, quando chegou a 8,22 metros.
Imagens do satélite europeu Sentinel-2, do Sistema Copernicus, mostram a dimensão das cheias de rios e como muitas áreas acabaram tomadas pelas águas das inundações geradas pela chuva extrema no Nordeste do Rio Grande do Sul.
Imagens de satélite são extremamente importantes para o monitoramento de eventos hidrológicos de grande escala como cheias de rios e inundações. Auxiliam a Meteorologia e os tomadores de decisão nos serviços de emergência a coordenar a resposta a desastres naturais. (Colaborou Tom Bike)