Anúncios

NOAA

O atual episódio do fenômeno La Niña ingressa agora em fevereiro no seu sétimo mês e a tendência, segundo a MetSul, é que persista ainda nos próximos meses com impactos no clima regional e global.

O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, apontou a La Niña mais enfraquecida. A anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central, a denominada região Niño 3,4, foi no período de -0,7ºC.

Como esta região é a utilizada para se classificar a intensidade tanto de El Niño como de La Niña, e o valor de -0,7ºC corresponde à fraca intensidade para os dois fenômenos, é possível dizer que a La Niña está com fraca intensidade.

Chama atenção o comportamento da chamada região Niño 1+2, no Pacífico Equatorial Leste, mais perto das costas do Peru e do Equador. Nesta parte do oceano, que tem uma forte influência no regime de chuva no Sul do Brasil e costuma apresentar oscilações de temperatura da superfície do mar mais bruscas, sendo muito errática, a anomalia medida na última semana foi de apenas -0,1ºC, ou seja, consistente com padrão de neutralidade.

Igualmente merece atenção que analisando-se as águas subsuperficiais, ou seja, abaixo da superfície do mar em profundidades de até 500 metros, observam-se duas situações muito importantes.

Primeiro, a presença de muita água fria ainda abaixo da superfície na área do Pacífico Central. Isso sinaliza a tendência de o atual evento de La Niña se prolongar ainda por alguns meses. O segundo, a presença de águas mais quentes que a média que começaram a aparecer logo abaixo da superfície no Pacífico Equatorial Leste.

Se o Pacífico Leste aquecer e as anomalias ficarem positivas, mesmo oficialmente a La Niña continuando pelo resfriamento das águas superficiais do Pacífico Central, haveria uma inversão no padrão de vento no Pacífico Leste e isso daria origem ao que se chama de La Niña Modoki.

E instalando-se um evento de La Niña Modoki as conseqüências no tempo, segundo vários estudos, poderiam ser opostas ao que se espera normalmente sob a presença do La Nina. Da mesma forma que um El Niño Modoki traz impactos típicos de La Niña.

Até quando La Niña?

Com a grande quantidade de água fria abaixo da superfície no Pacífico Equatorial Central, o fenômeno La Niña não termina tão cedo. É uma certeza que chegará ao outono e por alguns dados poderia alcançar o começo do inverno. A grande questão é quando vai chegar ao fim e a tendência é é mais do meio para o fim do outono do que no começo da próxima estação.

O gráfico acima traz a probabilidade calculada pela Universidade de Columbia com base em duas dezenas de modelos climáticos. Para o trimestre de fevereiro a abril, há 82% de chance de La Niña e 18% de neutralidade. Já para o período de março a maio, chance de 62% de Nina e 38% de neutro.

Para o trimestre abril a junho, a probabilidade é de 40% de La Niña e 60% de neutralidade. E para o trimestre de maio a julho, 36% de La Niña e 61% neutralidade. Para o segundo semestre, os dados aumentam a probabilidade de Niña e diminuem as de neutralidade, mas a confiabilidade das projeções é baixa para período tão prolongado.

Anúncios