Uma das variáveis que a MetSul Meteorologia utiliza para monitoramento do tempo e do clima é a chamada Oscilação Antártica. Do que se trata? Trata-se de um índice de variabilidade relacionado ao cinturão de vento e de baixas pressões ao redor da Antártida. 

A Oscilação Antártica, também chamada de Modo Anular Sul, tem duas fases. A positiva e a negativa. Na positiva, o cinturão de vento ao redor da Antártida se intensifica e se contrai em torno do Polo Sul. Já na fase negativa, o cinturão de vento enfraquece e se desloca para Norte, no sentido do Equador, obviamente sem atingir a faixa equatorial.

Modelos numéricos indicam para os próximos dias um tombo da Oscilação Antártica com valores de até -4 a -4,5 sigma. Chega a sair da escala no gráfico. São marcas extremamente baixas e incomuns. Para se ter uma ideia, o menor valor observado nas últimas décadas foi de -5,2 sigma em 1990.

Coincidentemente, projeções por computador sinalizam para o começo de agosto, acompanhando a forte queda da oscilação e sua face negativa, um declínio acentuado da temperatura no Hemisfério Sul do planeta. Haverá uma forte incursão de ar polar agora no final da semana na América do Sul e também na Oceania, atingindo a Nova Zelândia.

Modelo indica que a temperatura no Hemisfério Sul pode cair a valores até mesmo 0,4°C abaixo da média enquanto no Hemisfério Norte estará até 0,8°C acima da média histórica.

A incursão de ar gelado prevista agora para o final da semana, assim, tem correlação direta com o comportamento da Oscilação Antártica. Em 1990, assim como agora, quando se registrou um tombo da oscilação, o Oceano Pacífico Equatorial também se encontrava sob El Niño Modoki com com águas mais quentes no Pacífico Central e mais frias do Pacífico Leste.