O mundo assistiu estarrecido durante a segunda-feira cenas de caos e desespero vindas de Cabul, onde o Aeroporto Internacional Hamid Karzai foi tomado por afegãos tentando escapar do país após a queda da capital afegã nas mãos dos talibãs depois de vinte anos de presença militar dos Estados Unidos.
"The Crew Made the Decision to Go:" Inside Reach 871, A US C-17 Packed With 640 Afghans Trying to Escape the Taliban | @TaraCopp and @MarcusReports https://t.co/lf3LajxzzX pic.twitter.com/6wg82LtfRc
— Defense One (@DefenseOne) August 16, 2021
Pessoas tomaram a pista do aeroporto, outras se agarraram em aeronaves que decolavam e vídeos mostraram o que pareciam corpos de pessoas caindo de avião norte-americano que decolou do aeroporto de Cabul. As imagens estampam as capas dos principais jornais do mundo nesta terça-feira.
Imagens de satélite em altíssima resolução de Cabul foram divulgadas pela empresa de sensoriamento remoto Maxar mostrando a tentativa desesperada de fuga da capital afegã.
Nas imagens, é possível observar grande quantidade de pessoas sobre a pista do aeroporto internacional de Cabul e um grande congestionamento de carros nas avenidas próximas ao aeroporto.
Jornalistas e diplomatas relatam que a situação está mais tranqüila nesta terça-feira na área do aeroporto com a pista não mais tomada por pessoas após ter sido controlada por tropas norte-americanas que assumiram o controle de tráfego aéreo. Mais de seis mil militares dos Estados Unidos foram mobilizados para fazer a segurança da evacuação de Cabul. Diplomatas confirmaram a partida no começo desta terça-feira de voos da França, Alemanha e Estados Unidos que deixaram a capital afegã.
O clima acabou entrando nos debates na imprensa norte-americana sobre a queda rápida do Afeganistão nas mãos do talibã. Críticos da forma como foi feita a saída dos Estados Unidos do país, entre políticos e militares, sustentam que ela foi mal planejada. Em um discurso na Casa Branca ontem, o presidente norte-americano reconheceu que a tomada do país pelo talibã foi mais rápida que o esperado.
Os críticos observam que os Estados Unidos escolheram um mês de verão para executar a sua saída e que ela deveria ter ocorrido no inverno.
Isso porque o inverno hostil de muito frio e neve no Afeganistão teria dificultado o rápido avanço das forças talibãs em direção à capital, permitindo uma maior resistência das forças do governo derrubado e que nos últimos dias foram muito rapidamente superadas pela milícia talibã.