As imagens da grande enchente de setembro começam a se repetir no Quarto Distrito de Porto Alegre com as águas do Guaíba refluindo pela rede pluvial na Avenida Voluntários da Pátria, nas imediações da Avenida São Pedro. No começo da manhã desta segunda-feira, a MetSul esteve na região e registrou o começo de pontos de alagamentos.
A situação no começo da manhã desta segunda-feira, entretanto, era muito melhor que na manhã do dia 27 de setembro deste ano, quando o Guaíba chegou à marca de 3,18 metros, a maior desde a enchente de 1941.
Naquele dia, como a MetSul Meteorologia registrou durante o pico da cheia de setembro, havia um acúmulo de água muito maior em torno da empresa Ferramentas Gerais, entre a Avenida Voluntários da Pátria, as ruas Ernesto da Fontoura, Polônia e Missões.
Na manhã de hoje, diferentemente da cheia de setembro, a Rua Ernesto da Fontoura ainda estava seca, mas na esquina com a Avenida Missões o bueiro começa a colocar água para fora e se iniciava um acúmulo de água. A quantidade de água na via também aumentava gradualmente na Voluntário da Pátria.
Assim como em setembro, grande quantidade de água do Guaíba estava saindo por um bueiro localizado na esquina da Polônia com a Voluntários da Pátria, em frente à estação São Pedro do Trensurb. A quantidade de água era tão grande sendo expelida pelo bueiro que chegou a levar o asfalto da via.
O que ocorre? Normalmente, quando o Guaíba supera os 2,70 metros a água começa a refluir pela rede de esgotos, saindo pelos bueiros e as bocas de lobo nesta área do Quarto Distrito de Porto Alegre. Foi o que ocorreu nas enchentes de 2015, 2016 e de setembro deste ano.
Outro ponto em que a água reflui pela rede pluvial é o bairro Praia de Belas. Na cheia história de setembro deste ano, nas imediações do prédio do IPE e do Tribunal de Justiça, houve acúmulo de água e moradores chegaram a encontrar peixes na Borges de Medeiros depois que cessou o refluxo de águas do Guaíba pela rede de esgotos.
Medição das 7h da manhã desta segunda-feira indicou o nível do Guaíba com 2,96 metros no Cais Central, no Centro de Porto Alegre, portanto apenas poucos centímetros abaixo da cota de 3,00 metros, que é a de transbordamento no piso do cais do Centro da capital gaúcha.
Todos os rios que desembocam no Guaíba apresentam cheia e três deles (Taquari, Caí e Sinos) registram cheias de grandes proporções. Taquari e o Caí estão com quadros de cheias históricas. O Jacuí, maior contribuinte, também apresenta cheia entre Cachoeira do Sul e Triunfo com tendência de se elevar ainda mais.
Desde a grande enchente de 1941, que teve pico de 4,76 metros, o Guaíba superou a cota de 3,00 metros apenas em duas oportunidades. Na enchente de setembro de 1967, com 3,13 metros, e na enchente de setembro de 2023, com 3,18 metros. Seria um fato absolutamente notável e extraordinário o Guaíba atingindo a cota de extravasamento no Centro em duas oportunidades em apenas três meses, sendo que nos últimos 80 anos a marca só havia sido atingido uma vez.
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