A grande enchente fez Porto Alegre repetir hoje imagens de um século atrás na cidade. Sem diques ou o muro para conter o Guaíba, grande número de áreas da capital gaúcha alagava com o refluxo pela rede pluvial no passado. Em muitas ruas, nas cheias de décadas atrás, a água vinha pela rede de esgotos. Caso histórico do Quarto Distrito e que se repetiu hoje mesmo com o sistema de casas de bombas.
As cenas da manhã de hoje eram de alagamentos pela cheia do Guaíba no Quarto Distrito. A MetSul Meteorologia percorreu grande parte da região. O ponto mais crítico era a Voluntários da Pátria e ruas transversais entre a São Pedro e a Pátria com muita água na Polônia, Missões e Ernesto da Fontoura.
Como ocorre tradicionalmente, a área mais crítica estava na Rua Ernesto da Fontoura no cruzamento com a Avenida Missões. O alagamento era enorme. A quantidade de água hoje na Voluntários da Pátria era muito maior que nas enchentes de 2015. Bueiro jorrava água no cruzamento com a Polônia.
Eram diversos os registros de alagamentos também no bairro Praia de Belas, causando transtornos para quem trafegava de carro pela região. O acúmulo de água na via ocorreu no cruzamento das avenidas Borges de Medeiros com a Aureliano de Figueiredo Pinto, na Praça da Espanha.
Uma quadra depois, a água bloqueou o acesso à rua Ismael Chaves Barcelos, afetando também a avenida Praia de Belas. O nível da água nesta rua, que dá acesso também ao estacionamento do Corpo de Bombeiros, atingia moradores de um edifício residencial. A escadaria que dá acesso aos apartamentos desce cerca de meio metro da altura da rua, deixando os residentes ilhados.
Costumeiramente, sempre que o nível do Guaíba excede a cota de 2,60 metros começam a se registrar pontos com acúmulo de água e alagamentos na Avenida Voluntários da Pátria e ruas transversais, especialmente na área da Rua Ernesto da Fontoura, junto à loja das Ferramentas Gerais. Hoje, com mais de 3 metros, mais áreas foram afetadas pelo refluxo da água do Guaíba pela rede de esgotos.
O nível do Guaíba, conforme medição eletrônica da Secretaria do Ambiente no Cais C6, foi a 3,18 metros hoje. Maior cheia desde a grande enchente de 1941. O valor observado supera, assim, as cotas alcançadas nas duas maiores enchentes desde o trágico abril e maio de 1941: 3,13 metros em setembro de 1967, quando as águas chegaram até as avenidas Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros, e os 2,97 metros em outubro de 2015.