Um dinossauro voltou a invadir Manhattan, mas desta vez não foi para ameaça destruir a cidade de Nova York e sim para salvar o planeta. O orador nada convencional do púlpito da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas foi Frankie, o Dinossauro. Sua mensagem para a humanidade não poderia ter sido mais clara: diga não à extinção.

Dias antes da cúpula do clima da ONU, a COP26, a ser realizada em Glasgow, na Escócia, o Programa de Desenvolvimento da organização lançou um vídeo do dinossauro Frankie gerado por computador apelando ao mundo a não “escolher a extinção”.

“Escutem, pessoal. Eu sei algumas coisas sobre extinção. Vocês devem saber, é meio óbvio, mas ser extinto é uma coisa ruim. E provocar sua própria extinção? Em 70 milhões de anos, essa é a coisa mais ridícula que já ouvi. Nós tivemos ao menos um asteroide, qual será a desculpa de vocês”, disse Frankie, dublado em inglês pelo ator e compositor Jack Black.

“Vocês estão se encaminhando para um desastre climático, mas todos os anos os seus governos gastam centenas de bilhões de dinheiro público em subsídios aos combustíveis fósseis. Imagine se tivéssemos gastos centenas de bilhões de dólares anualmente subsidiando meteoros gigantes”, indaga

O dinossauro encerrou seu discurso enquadrando a pandemia global como uma oportunidade para os países fazerem a transição para fontes de energia verde em suas economias, o que gerou aplausos dos delegados no final vídeo.

Na vida real, China e Índia ignoram o dinossauro

Antes das negociações climáticas de Glasgow, alguns dos maiores emissores de carbono do mundo também estão pedindo aos países ricos que façam mais para ajudar a financiar a transição do mundo em desenvolvimento para longe dos combustíveis fósseis.

A Índia, o terceiro maior emissor de dióxido de carbono do mundo, disse na quarta-feira que não se comprometerá com uma meta de emissões líquidas zero até meados do século. Em vez disso, Nova Déli pediu às nações desenvolvidas que assumam “responsabilidade histórica” pelos gases de efeito estufa que emitiram ao longo dos séculos.

Um alto funcionário chinês disse que a falta de apoio financeiro dos países ricos, como sua promessa incompleta de mobilizar 100 bilhões anualmente para o mundo em desenvolvimento até 2020, cria uma “questão crítica de confiança mútua”. A China é o maior emissor mundial de gases de efeito estufa e aumenta dramaticamente neste momento o uso de carvão devido à crise energética.