Gases da erupção do vulcão caribenho La Sufrière chegaram ao Brasil neste domingo. Com efeito, imagens de satélite mostram que dióxido de enxofre (SO2) que emanou da erupção alcançou hoje o Norte do Amapá.
O registro de dióxido de enxofre vulcânico no Norte do Brasil foi feito pelo sensor TROPOMI ou Tropospheric Monitoring Instrument.
O sensor é o espectrômetro que está a bordo do satélite Sentinel 5 Precursor, parte do programa europeu de observação da terra Copernicus.
Correntes de vento são capazes de levar material particulado de erupções a enormes distâncias. As cinzas do vulcão chileno Cordón-Caulle chegaram ao Sul do Brasil, África do Sul e Austrália uma década atrás.
Há risco?
Os gases e as cinzas em locais distantes da erupção estão na troposfera e não oferecem risco para as pessoas na superfície.
As cinzas do vulcão estão chegando a até 16 quilômetros de altura. Desse modo, com o vento, gases e cinzas conseguem atingir longas distâncias. Os gases, além do Amapá, chegaram até a Venezuela, Suriname e Guiana. E, pelo vento, avançam pelo Atlântico e já alcançaram Cabo Verde.
7am ash fall greetings while heading home after a night shift #LaSoufriere #svg #ash pic.twitter.com/kmfJWXbmgd
— Thomas Christopher ?????? (@soufriere_hills) April 11, 2021
A projeção do modelo do Sistema Copernicus é que a pluma de dióxido de enxofre alcance nesta semana o Norte da África e o Sul da Europa.
Muitas cinzas na atmosfera
O vulcão vem apresentando sucessivas explosões. Então, muitas cinzas vulcânicas estão se precipitando nas imediações do vulcão La Soufrière com impacto na rede de energia da ilha. E, na troposfera, percorrem com o vento longas distâncias.
A população foi orientada a usar máscaras e vedar as janelas. Muitos moradores e turistas já deixaram a ilha por navios. Nesse sentido, empresas de cruzeiros marítimos participam das operações de resgate.
O vulcão La Soufrière
O vulcão apresentou erupções em 1718, 1812, 1902, 1971, e 1979. A mais devastadora erupção o vulcão La Soufrière foi em 1902 e matou cerca de 1.600 pessoas, a maioria delas indígenas caribenhos, perderam a vida. À época, a ilha não possuía um sistema de alerta.
Por fim, a última grande erupção ocorreu em abril de 1979, mas não houve vítimas porque a população local foi evacuada. Emfim, a ilha conta hoje com um moderno sistema de monitoramento e alerta para a população.