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Danos causados pela tempestade pós-tropical Fiona nas Ilhas Burnt, na província de Terra Nova e Labrador do Canadá. Somente na província de Nova Escócia, pelo menos 400.000 residências ficaram sem eletricidade depois que Fiona, rebaixada de furacão para tempestade pós-tropical atingiu terra firme. | MICHAEL KING/DIVULGAÇÃO/AFP/METSUL METEOROLOGIA

O furacão Fiona atingiu com força a costa leste do Canadá neste fim de semana, deixando meio milhão de residências sem luz, ávores arrancadas, casas destruídas e linhas elétricas danificadas. “Fiona veio e deixou a sua marca na Nova Escócia e nas províncias vizinhas”, disse o chefe de governo dessa região, Tim Houston, em entrevista coletiva concedida na tarde de ontem.

Segundo autoridades canadenses, Fiona, rebaixada a tempestade pós-tropical, ainda provocava ventos sustentados de 120 km/h ao avançar sobre terra. “Grandes ondas atingiram a costa Leste da Nova Escócia e o Sudoeste da Terra Nova, superando 12 metros”, observaram as autoridades.

Duas mulheres foram levadas em Channel-Port aux Basques, na província de Newfoundland, de acordo com um porta-voz da polícia. Uma das duas vítimas, arrastada após o desabamento de sua casa, foi socorrida e hospitalizada, e a outra continua desaparecida.

“Estou pensando em todos os afetados pelo furacão Fiona. Saibam que estamos com vocês”, tuitou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciando que as autoridades federais estavam prontas “para proporcionar recursos adicionais às províncias”.

“Nunca havíamos visto condições climáticas como essa”, tuitou a polícia de Charlottetown, na Ilha do Príncipe Edward. “É inacreditável. Não tem eletricidade, não tem wifi, não tem rede”, confirmou o prefeito da cidade, Philip Brown, em entrevista ao canal público da Rádio Canadá.

“Muitas árvores caíram, há muitas inundações nas estradas”, acrescentou. A operadora Nova Scotia Power, que abastece a província de Nova Escócia, impactada por Fiona, relatou mais de 384.000 clientes sem energia. Nas outras duas províncias mais afetadas, a Ilha do Príncipe Edward e New Brunswick, as operadoras reportaram 82 mil e 44 mil sem luz, respectivamente.

Árvore derrubada pelo vento da tempestade pós-tropical Fiona a no jardim de uma casa em Irish Cove, Nova Escócia, na Ilha Cape Breton, no Canadá. O sistema remanescente do furacão Fiona foi a tempestade mais forte que a Costa Atlântica do Canadá viu em anos. | DREW ANGERER/GETTY IMAGES/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Fiona passou antes como furacão de categoria 4 a cerca de 160 quilômetros a Oeste das Bermudas, depois de deixar um rastro de destruição no Caribe. Com rajadas de até 160 km/h e fortes chuvas sobre o território britânico de 64 mil habitantes, Fiona não deixou vítimas, nem danos graves.

De acordo com a operadora de energia Belco, 36 mil lares ficaram sem energia. Em muitas áreas, acrescenta a empresa, a luz foi restabelecida rapidamente. Moradores publicaram nas redes sociais fotos de linhas de transmissão de energia derrubadas e algumas inundações.

Fiona matou quatro pessoas em Porto Rico na semana passada, segundo a imprensa norte-americana, enquanto uma morte foi relatada no departamento ultramarino francês de Guadalupe, e duas, na República Dominicana.

Em Porto Rico, que ainda tenta se recuperar da devastação causada pelo furacão María, há cinco anos, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de emergência. Além disso, a Fema, a agência federal para gestão de desastres dos Estados Unidos, planeja enviar mais centenas de membros de seu pessoal para a ilha, que sofreu apagões, deslizamentos de terra e inundações. Na República Dominicana, o presidente Luis Abinader declarou estado de desastre natural em três províncias do leste do território.