Dez pessoas morreram e 20 estavam desaparecidas após a passagem do furacão de categoria 2 Agatha que tocou a terra ontem no estado mexicano de Oaxaca. O fenômeno foi rebaixado para depressão tropical na terça-feira e passou a ser um mero centro de baixa pressão que agora avança para o Golfo do México, onde pode se transforar em um ciclone tropical novamente. Agatha foi o furacão mais intenso já registrado a tocar terra na bacia do Pacifico Leste em maio.

“Neste momento, damos conta de cerca de 20 pessoas desaparecidas, a maioria delas na zona alta da montanha, ou seja, nas serras”, disse o governador de Oaxaca, Alejandro Murat, à Radio Formula. “De forma preliminar, as autoridades locais nos informam que 10 pessoas perderam a vida, infelizmente.”

Segundo Murat, o balanço de vítimas se deve ao transbordamento de rios e a deslizamentos de morros. “Quando Agatha tocou terra, o dia terminou sem a perda de vidas humanas. Mas as chuvas intensas registradas na madrugada da terça fizeram com que os rios transbordassem e causassem deslizamentos de terra”, disse o governante.

O fenômeno tocou terra como um furacão 2 na escala Saffir-Simpson (que vai até 5) na tarde de segunda-feira a Oeste de Puerto Ángel, uma comunidade costeira de cerca de 2.500 habitantes em Oaxaca. Agatha se deslocou para o Sul de Veracruz, que tem costa no Golfo do México, o que provocou chuvas torrenciais nessa região e no Sul do país.

“O maior impacto que temos é basicamente nas estradas, mas ao meio-dia as comunicações devem ser restabelecidas”, acrescentou Murat. Autoridades localizaram cerca de 5.240 turistas na área, que abriga resorts como Puerto Escondido e Huatulco, populares entre turistas europeus e surfistas americanos.

Furacões são incomuns em maio no Pacífico Leste, com apenas 14 registrados durante o período de 51 anos 1971-2021. Quem toquem terra em maio é ainda mais incomum. O banco de dados de furacões da NOAA lista apenas dois que tocaram terra: uma outra tempestade também de nome Agatha em 24 de maio de 1971 e o furacão Barbara em 29 de maio de 2013. Agatha foi o furacão mais intenso a ter tocado terra no Pacífico Leste até hoje, conforme os registros, com vento sustentado máximo no limite superior da categoria 2 da escala Saffir-Simpson.

Os resquícios de Agatha ou sua circulação mais ampla chegam agora à Baía de Campeche, no Atlântico, onde é possível se reorganizar como um ciclone tropical. Há precedente recente de um sistema cruzar do Pacífico para o Atlântico. Perto do final de maio de 2020, a tempestade tropical Amanda se formou no Leste do Oceano Pacífico, depois se moveu para o interior e se dissipou sobre as montanhas da Guatemala.

O que sobrou de Amanda (da lista de nomes do Pacífico Leste) continuou se movendo para o Norte e Noroeste na Baía de Campeche, a baía no extremo Sudoeste do Golfo do México. Logo depois que emergiu de volta sobre a água, as tempestades tornaram-se mais organizadas e a baixa pressão da superfície se aprofundou e isso levou logo depois à tempestade tropical Cristobal, pertencente à lista de nomes do Atlântico.