Mudança do tempo nio Rio Grande do Sul neste começo de semana deve vir acompanhada de raios e não podem ser descartados alguns temporais isolados com a atmosfera aquecida | MAX PETRY/ARQUIVO METSUL 

A MetSul Meteorologia alerta que a onda de calor que atinge há vários dias o Rio Grande do Sul vai chegar ao fim neste começo de semana com um episódio de instabilidade que trará chuva e risco de alguns temporais isolados pela atuação de uma frente fria e um centro de baixa pressão.

O Sul do Brasil, atualmente, está sob influência de uma massa de ar quente, responsável pelos vários dias seguidos de temperatura alta com máximas à tarde típicas do auge do verão. Desde o final da última semana as máximas têm superado os 35ºC no estado gaúcho com marcas que se aproximaram dos 38ºC no sábado.

Neste domingo, o Rio Grande do Sul segue sob influência do ar quente que traz mais um dia de sol e temperatura elevada. Os primeiros e incipientes sinais da mudança do tempo a caminho são percebidos pelo ingresso de nuvens altas. No final do dia, depois de mais uma tarde com intenso calor, não se descarta chuva na Fronteira Oeste.

A atmosfera já começou a se instabilizar na Argentina. Com a maior umidade e o ar quente, o final do sábado e as primeiras horas do domingo tiveram a formação de forte instabilidade em pontos do Centro e do Nordeste argentino com chuva e tempestades isoladas.

A mudança do tempo mais ampla se instala no Rio Grande do Sul nesta segunda. O dia ainda vai ter sol e nuvens na maioria das regiões, mas a nebulosidade entra em aumento e o tempo se instabiliza inicialmente com chuva em pontos da Metade Oeste. No decorrer do dia, a chuva avança e atinge pontos do Centro e do Sul. Até o fim do dia, a instabilidade alcança a maioria das regiões gaúchas.

A instabilidade, embora comece mais cedo em parte do território gaúcho, deve ser mais forte da tarde para a noite em parte do Rio Grande do Sul. Isso porque setores do estado ainda terão sol e forte elevação da temperatura com calor e abafamento, o que contribuirá para a formação de nuvens mais carregadas na segunda metade do dia, como deve ser o caso da área metropolitana.

Na terça, com a atuação de uma frente fria, a temperatura se elevará muito menos e o dia terá muitas nuvens com chuva em vários momentos, por vezes moderada a forte, especialmente na Metade Norte. No Oeste e no Sul, a instabilidade deve ceder com gradual melhoria ao longo do dia.

Volumes de chuva

A chuva será generalizada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina neste evento de instabilidade do começo da semana associado à frente fria, entretanto as precipitações tendem a ser irregulares e com grande variabilidade de volumes de um ponto para outro.

Há a tendência de algumas áreas terem volumes de chuva altos, na ordem de 50 mm a 100 mm, mas os modelos numéricos analisados pela MetSul discrepam muito sobre quais áreas receberiam mais chuva no território gaúcho neste início de semana.

O modelo de alta resolução WRF, por exemplo, indica volumes mais altos no Norte e Nordeste do Rio Grande do Sul, o que inclui a Grande Porto Alegre, ao passo que modelos europeus, como o alemão Icon, apontam os mais altos acumulados de precipitação no Oeste e no Sul do estado.

Trata-se de uma grande diferença em relação ao WRF de alta resolução inicializado a partir do modelo norte-americano GFS. Com isso, a confiabilidade das projeções sobre quais áreas devem ter chuva mais volumosa, é baixa.

Risco de temporais

Sempre que uma frente fria encerra uma onda de calor nesta época do ano há o risco de que ocorram temporais, mas não se antecipa uma situação de tempo severo generalizado. Quaisquer ocorrências de temporais entre esta segunda-feira e a terça pela mudança do tempo e a passagem da frente fria devem ser muito isoladas. E, nestes pontos localizados, não se pode afastar queda de granizo e rajadas de vento forte.

Como consultar os mapas

Todos os mapas de chuva neste boletim podem ser consultados pelo nosso assinante (assine aqui) na nossa seção de mapas. A plataforma oferece ainda mapas de chuva, geada, temperatura, risco de granizo, vento, umidade, pressão atmosférica, neve, umidade no solo e risco de incêndio e raios, dentre outras variáveis, com atualizações duas a quatro vezes ao dia, de acordo com cada simulação. Na seção de mapas, é possível consultar ainda o nosso modelo WRF de altíssima resolução da MetSul.