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O fenômeno La Niña atua no Pacífico Equatorial desde o mês de agosto e desde então vem ganhando força. A tendência é que o evento de La Niña de 2020/2021 esteja no seu pico de intensidade agora em dezembro ou no máximo no começo de janeiro, conforme a avaliação da MetSul.

O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) apontou uma anomalia de temperatura da superfície do mar de -1,3ºC no Pacífico Equatorial Central, a região denominada como Niño 3.4. Trata-se de um valor dentro do território de intensidade moderada. Em novembro, a anomalia nesta parte do Pacífico chegou a -1,7ºC, mas estas flutuações são absolutamente comuns. Justamente a região Niño 3.4 é a usada para definir se há El Niño ou La Niña e qual a sua intensidade, com base em médias trimestrais.

Já a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Leste, a denominada região Niño 1+2, foi de -1,0ºC pelo último boletim semanal da NOAA, o que indica um resfriamento menos acentuado que no Pacífico Equatorial Central. Esta parte do Pacífico, historicamente, tem forte influência no clima do Sul do Brasil.

A perspectiva é que o fenômeno La Niña, mesmo enfraquecendo no decorrer do verão, siga influenciado o clima no primeiro semestre de 2021. O Pacífico seguiria sob La Niña ao menos até o outono austral de 2021. O seu enfraquecimento previsto para os próximos meses não necessariamente significa que os seus impactos diminuiriam porque a ocorrência ou não de suas conseqüências não está diretamente associada à intensidade, logo o risco de chuva irregular e estiagem segue no decorrer do verão.

O aumento da chuva agora no fim de novembro e previsto para este dezembro, crucial enfatizar, pode parecer estranho diante da presença de La Niña, mas observando-se toda a estatística histórica de anos com La Niña se constata que ao menos um mês tem padrão de tempo mais chuvoso, em regra janeiro. Como cada evento tem sua própria história, é possível que o período mais chuvoso em meio a meses em que predominam as precipitações abaixo da média e que invariavelmente ocorre na maioria dos episódios de Niña tenha se dado um pouco mais cedo neste ano.