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O cantor e compositor Erasmo Carlos, recém-ganhador de um Grammy Latino, faleceu nesta terça-feira aos 81 anos no Rio de Janeiro, onde encontrava-se hospitalizado, informou a gravadora do músico nas redes sociais. “A música popular brasileira para sempre terá em Erasmo Carlos um herói imortal”, escreveu a Som Livre, gravadora de Erasmo Carlos nos últimos anos.

Os motivos da morte do músico, um dos pioneiros do rock no Brasil, não foram divulgados. Erasmo Carlos passou duas semanas internado entre o final de outubro e o início de novembro no Rio de Janeiro para tratar um quadro de síndrome edemigênica (edema generalizado por excesso de líquido nos vasos sanguíneos).

Na última quinta-feira, o “Tremendão”, como era conhecido, venceu o prêmio Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa pelo disco “O futuro pertence à… Jovem Guarda”.

Carioca da Tijuca, Erasmo Carlos já havia recebido prêmios Grammy Latino de Melhor Álbum Brasileiro em 2014 e de Excelência Musical em 2018. Ao lado de Roberto Carlos e Wanderléa, Erasmo Carlos ganhou fama comandando o programa Jovem Guarda, que nos anos 1960 introduziu no Brasil o iê-iê-iê, movimento cultural influenciado pelos Beatles.

A primeira grande paixão na música de Erasmo foi o rock’n’roll nas vozes de Elvis Presley e Little Richard. O ícone do rock brasileiro logo ampliou o seu repertório da Jovem Guarda para o ritmo pop e a música romântica nas suas mais de 600 músicas em seis décadas de carreira, e que teve grande como parceiro Roberto Carlos.

Em sua rica história musical, marcada por vários sucessos, Erasmo Carlos cantou os elementos em várias de suas composições, sempre com destaque para a chuva, como na música “100% de chance de chover”.

“Quem nunca imaginou

Que um dia virassem a mesa

Quem nunca imaginou

Que um dia fosse perder a cabeça

Mas eu tenho ouvido boatos

Com uma certa frequência

Pelas ondas curtas da BBC

Que, apesar do tempo claro

Tem cem por cento de chance de chover

Talvez não haja tempo

Pra mudar nossos telhados de vidro

E uma chuva de granizo

Possa nos atingir

É que eu ouço um boato

Cada vez mais forte vindo do Planalto, do plano mais alto

Que, apesar do tempo claro

Tem cem por cento de chance de chover”.

Uma outra composição do artista falecido hoje no Rio de Janeiro aos 81 anos em que cantou a atmosfera foi “O Ritmo da chuva”, com letra romântica e de saudades.

“Olho para a chuva que não quer cessar

Nela vejo o meu amor

Esta chuva ingrata que não vai parar

Pra aliviar a minha dor

Sei que o meu amor pra muito longe foi

Numa chuva que caiu

Gente, por favor pra ela vá contar

Que o meu coração se partiu

Chuva traga o meu benzinho (uh)

Pois preciso de carinho (uh)

Diga a ela pra não me deixar aqui triste assim

O ritmo dos pingos ao cair no chão

Só me deixa relembrar

Tomara que eu não fique a esperar em vão

Por ela que me faz chorar

Chuva traga o meu benzinho

Pois preciso de carinho

Diga a ela pra não me deixar aqui triste assim

O ritmo dos pingos ao cair no chão

Só me deixa relembrar

Tomara que eu não fique a esperar em vão

Por ela que me faz chorar”.

Em “Chuva ácida”, Erasmo Carlos cantou a chuva, o sol, o frio e deu bye, bye, uma despedida no fim do dia de uma carreira inesquecível e que marcou gerações de fãs dos tempos da Jovem Guarda aos tempos atuais.

“Dia frio sem sol

Nossa história

Chega ao fim do fim

Foi tão longe

Foi tão fundo

Mas agora

É hora de dar bye, bye

É hora de dar bye, bye”