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O El Niño na costa da América do Sul, junto aos litorais do Peru e do Equador, é o mais intenso dos últimos 25 anos, conforme levantamento da MetSul Meteorologia a partir de dados de anomalias de temperatura da superfície do mar divulgados pela agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos.

NASA

O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,1ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central. O valor está na faixa de El Niño moderado (+1,0ºC a +1,4ºC).

Por outro lado, a região Niño 1+2, estava com anomalia de +3,4ºC, em nível de El Niño costeiro muito intenso (Super El Niño) junto ao Peru e Equador, aquecimento extremo do oceano na região que teve início no mês de fevereiro.

Segundo levantamento da MetSul, desde o Super El Niño de 1982-1983 o Pacífico Equatorial Leste, a chamada região Niño 1+2, não apresentava anomalias de temperatura da superfície do mar tão altas.

No Super El Niño de 1982-1983, houve várias semanas em que a anomalia nesta parte do Oceano Pacífico ficou acima de +4ºC. O pico se deu na semana de 29 de junho de 1983 com +4,5ºC. Já no Super El Niño de 1997-1998, a maior anomalia nesta área do oceano foi de +4,0ºC, na semana de 13 de agosto de 1997. No Super El Niño de 2015-2016, o maior registro foi de +2,7ºC na semana de 15 de julho de 2015.

Em 2017, no verão, houve um forte El Niño costeiro (não o fenômeno na forma clássica) em que a anomalia de temperatura da superfície do mar atingiu na região Niño 1+2 um máximo de +2,3ºC, na semana de 15 de março de 2017.

NOAA

É importante esclarecer que a intensidade do fenômeno El Niño na sua forma clássica se mede pela anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste, ou seja, na denominada região Niño 3.4. Apesar disso, a região perto do Peru e do Equador tem grande relevância porque já foi demonstrado que produz consequências no clima global e em especial nos países andinos.

De acordo com a análise da MetSul Meteorologia, a tendência para os próximos meses é que o El Niño siga ganhando força no Pacífico Centro-Leste. A maioria dos modelos de clima indica um evento forte durante a primavera e algumas simulações insistem em um evento muito forte a intenso com configuração de um Super El Niño.

Os efeitos do El Niño gradualmente já se fazem sentir com redução da chuva no Norte do Brasil e aumento no Sul, entretanto a partir de agora em agosto e setembro as consequências no clima brasileiro vão ser mais percebidas. A primavera, em especial, pode ter grandes extremos de chuva no Sul do Brasil e uma significativa redução da chuva no Norte do país.