Ums depressão subtropical se formou neste domingo (14) a 600 quilômetros a Leste do Rio Grande do Sul sobre o Oceano Atlântico. O comunicado é da Meteorologia da Marinha.

A Marinha do Brasil emitiu um aviso especial para a região marítima de mar grosso e vento forte.

AVISO NR 105/2021
AVISO ESPECIAL
EMITIDO ÀS 1400 HMG – DOM – 14/FEV/2021
DEPRESSÃO SUBTROPICAL COM PRESSÃO CENTRAL DE 1006 HPA EM 31S044W, MOVENDO-SE LENTAMENTE PARA SUL, COM PREVISÃO DE VENTOS FORÇA 7/8 COM RAJADAS E DE ONDAS DE 3.0/5.0 METROS AFETANDO AS ÁREAS ALFA AO SUL DE 32S E LESTE DE 050W E SUL OCEÂNICA AO SUL DE 30S E OESTE DE 035W.
POSIÇÕES ESTIMADAS: 32S044W EM 150000 HMG, 34S043W EM 1512000 HMG E 35S044W EM 160000 HMG.

Os modelos numéricos já vinham por dias apontando a formação deste sistema. Diagramas de fase, contudo, indicavam sistema tropical e não subtropical.

A avaliação da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha (DHN) é que a depressão tropical tem neste momento pressão mínima central de 1.008 hPa, apontou carta sinótica da manhã de hoje.

Possibilidade de Potira

A tendência para esta sistema é se intensificar e evoluir para Sul em mar aberto, sem atingir o continente.

Os modelos numéricos indicam o sistema mais forte e nas latitudes do Rio da Prata no decorrer da semana com lento deslocamento.

Uma vez que a tendência é de intensificação, a perspectiva é desta depressão ganhar o status de tempestade. Assim, seria nomeada. O próximo nome da lista da Marinha do Brasil é Potira.

De acordo com as Normas da Autoridade Marítima para Meteorologia Marítima (NORMAM-19), para que haja a classificação do ciclone como tempestade subtropical e a sua nomeação, os ventos deverão ser iguais ou superiores a 34 nós ou 63 km/h.

Seria o primeiro ciclone atípico (subtropical ou tropical) com nome em 2021. Último foi Oquira, na costa gaúcha em dezembro.

Consequências

MetSul enfatiza que não se espera impactos relevantes no continente deste ciclone, uma vez que a sua atuação se dá em alto mar e a uma grande distância da costa.

Com efeito, risco maior existe para embarcações em alto mar e que podem enfrentar condições de tempestade com chuva forte e muito vento.

Apesar disso, o tempo deve ficar por vezes ventoso com rajadas no Leste gaúcho.

Isso porque o campo de vento de ciclones subtropicais é muito mais amplo que de ciclones tropicais.

Diferentes ciclones

Ciclones podem ser extratropicais (centro de baixa pressão com perfil frio), subtropical (centro da baixa pressão com características extratropicais e tropicais), e tropicais (centro de baixa pressão com perfil quente).

Os sistemas mais intensos costumam ser os tropicais, quando atingem o status de furacão, e os extratropicais que experimentam uma intensificação muito rápida (ciclogênese explosiva).

Diferentemente dos furacões em que o campo de vento é mais concentrado e se dá na parede do olho e ao redor, nos ciclones subtropicais – assim como nos ciclones extratropicais – o campo de vento é mais extenso e capaz de atingir áreas mais distantes do centro da área de baixa pressão.

Ciclones extratropicais são muito comuns em nossa região. Já os subtropicais e tropicais são anômalos ou atípicos.

Isso faz com que sejam nomeados, mesmo que seus impactos no continente sejam mínimos ou nulos. A nomeação ocorre pela natureza do sistema e não em razão dos impactos esperados.