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A Marinha do Brasil confirmou na manhã desta segunda-feira (28) a formação em alto mar, no Oceano Atlântico, na altura do litoral do Rio Grande do Sul, da tempestade subtopical Oquira. O sistema de baixa pressão já havia adquirido o status de depressão subtropical no fim de semana e com a intensificação do vento médio sustentado durante esta segunda-feira passou ao estágio de tempestade no oceano.

Uma vez que o vento médio sustentado no ciclone subtropical superou os 34 nós ou 63 km/h, o sistema recebeu a designação de tempestade subtropical. O nome na lista que há para ciclones anômalos (subtropicais ou tropicais), conforme a Norma da Autoridade Marítima para Meteorologia Marítima (NORMAM-19), fez com que a tempestade fosse nomeada como Oquira, um nome indígena. O próximo sistema atípico subtropical ou tropical que se formar no litoral brasileiro será identificado com o nome Potira.

É importante esclarecer que este sistema em nenhum momento pode ser associado a um furacão que é um ciclone de natureza tropical, quente em todo o seu centro. Trata-se de um sistema subtropical em que o centro de baixa pressão é quente em superfície e frio em altitude. Ademais, não se trata de um centro de baixa pressão muito profundo com 1.010 hPa. O ciclone extratropical bomba de julho, para se ter ideia, chegou a ter pressão abaixo de 980 hPa a Sudeste do Rio Grande do Sul.

Conforme a Marinha, a atuação da tempestade subtropical Oquira poderá causar ventos ciclônicos sustentados sobre o mar, de até 47 nós (aproximadamente 88 km/h) com rajadas e ondas de até 4,5 metros, na área Sul oceânica até a noite do dia 28 de dezembro. É uma tempestade oceânica e não no continente. 

A MetSul reforça a informação de que não são esperados impactos relevantes no continente deste ciclone, uma vez que a sua atuação se dá em alto mar e a uma grande distância da costa e com tendência de se afastar ainda mais da área continental nos próximos dias em direção ao Sul. O risco existe para embarcações em alto mar e que podem enfrentar condições de tempestade com chuva forte e muito vento se ingressarem na área do ciclone.

Como ciclones subtropicais possuem um campo de vento mais amplo que os tropicais, em padrão semelhante aos extratropicais, algumas áreas do Leste do Rio Grande do Sul e do Uruguai podem enfrentar momentos de tempo mais ventoso, mas sem intensidade que ofereça riscos maiores. A maior vorticidade na atmosfera pela presença deste sistema no oceano pode favorecer trombas d’água na costa na presença de áreas de instabilidade geradas pelo calor.

O último ciclone subtropical registrado na costa brasileira tinha Mani, no final do mês de outubro, nos litorais do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Oquira é o terceiro ciclone do tipo subtropical na costa do Brasil apenas neste ano. A Marinha do Brasil possui uma lista de nomes previamente estabelecida com nomes indígenas para designar os ciclones anômalos, subtropicais ou tropicais, no litoral brasileiro.