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Calor extremo e recorde que marcou a Austrália em agosto castigará o Brasil agora em setembro com uma poderosa onda de calor e possibilidade de marcas históricas | SAEED KHAN/AFP/METSUL METEOROLOGIA/ARQUIVO

Clima extremo que atingiu a Austrália no mês de agosto é uma prévia do que vai ocorrer no Brasil agora em setembro, prevê a MetSul Meteorologia. O último mês fugiu muito ao normal no país da Oceania com enormes desvios da climatologia histórica, o que entendemos vai se dar em grande parte do território brasileiro neste mês.

O mês recém terminado foi o agosto mais quente já registrado na Austrália e por uma margem considerável com uma temperatura média 3,02°C acima da média histórica enquanto o inverno australiano neste ano (junho a agosto) foi o segundo mais quente já registrado em todo o país. A série histórica do Bureau of Meteorology (BoM) se iniciou em 1910.

O sinal da mudança climática é evidente no que está ocorrendo na Austrália com apenas dois anos nos últimos trinta anos não excedendo as temperaturas médias de longo prazo em todo o país em agosto. A Austrália nunca registrou um mês de inverno tão quente como foi agosto neste ano.

Todas as oito capitais estaduais australianas encerraram o mês muito mais quentes do que a média, tanto nas mínimas quanto nas máximas. A Austrália registrou seu dia de inverno mais quente já observado com 41,6°C em Yampi Sound, no Noroeste da Austrália Ocidental.

Três estados anotaram as suas maiores temperaturas máximas já observadas em agosto com 39,4°C no Sul da Austrália; 39,7°C em Queensland; e 41,6°C na Austrália Ocidental (recorde para toda a Austrália).

BOM

Sydney experimentou uma extraordinária sequência de dias quentes em pleno inverno com os últimos 11 dias de agosto alcançando temperaturas máximas que ficaram pelo menos 5ºC acima da média de agosto. O calor atingiu o seu pico em 30 de agosto com Sydney anotando apenas seu terceiro dia de inverno de 30ºC (30,3°C), enquanto o Aeroporto de Sydney quebrou seu recorde de inverno com uma máxima de 31,6 °C.

A máxima média de agosto de 16,7°C em Canberra foi 3,7 °C acima da média de longo prazo. Vários lugares na Austrália Ocidental experimentaram seu inverno mais quente já registrado, o que foi incomum, pois também foram mais úmidos do que a média e as nuvens e o clima úmido geralmente tendem a manter as temperaturas diurnas baixas.

As profundidades de neve nas áreas montanhosas da Austrália continental caíram para níveis baixos quase recordes em agosto, já que uma temporada de esqui promissora foi praticamente eliminada pelo ar quente, vento e chuva nas últimas duas semanas do mês.

Mudança no clima evidente favorece calor extremo

De acordo com o australiano WeatherZone, além da influência das mudanças climáticas e o aquecimento do planeta, agosto foi um mês em que as frentes frias que trazem chuva, granizo, neve e ar extremamente frio para o Sul da Austrália continental foram em grande parte ausentes, com alta pressão dominando o país. Também houve uma bolha de calor extraordinária no interior do país no final do mês.

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A Austrália aqueceu, em média, 1,47 ±0,24 °C desde que os registros começaram em 1910, com a maior parte do aquecimento ocorrendo desde 1950. Cada década desde 1950 tem sido mais quente do que as décadas anteriores. O aquecimento na Austrália é consistente com as tendências globais, com o grau de aquecimento semelhante à média geral em todas as áreas terrestres do mundo.

A tendência de aquecimento de longo prazo significa que a maioria dos anos agora é mais quente do que quase qualquer um observado durante o século XX. O aquecimento é observado em toda a Austrália e em todos os meses, com temperaturas diurnas e noturnas aumentando. Essa mudança é acompanhada por um número maior de eventos extremos de calor em todos os meses, incluindo uma maior frequência de dias muito quentes no verão.

Por que o agosto da Austrália será o setembro do Brasil no clima?

O clima muito mais quente do que o normal observado no último mês será o padrão em grande parte do Brasil neste setembro com temperaturas muitíssimo acima das médias históricas em diversos estados e possibilidade de quebra de recordes históricos mensais ou mesmo absolutos da série histórica.

Haverá um episódio excepcional de calor em grande parte do Brasil durante esta primeira metade de setembro. Será um período prolongado de calor excessivo em vários estados e que afetará todas as regiões do país com marcas de 40ºC a 45ºC em uma extensa área do território nacional, o que fará de setembro um dos mais quentes já registrados no Brasil.

METSUL

As marcas esperadas nesta semana e, especialmente, na segunda semana do mês vão superar em muitos os valores médios históricos. Uma massa de ar quente já cobre o Brasil e vai se fortalecer muito. Trata-se de situação de elevado perigo pela severidade do calor esperado e que demandará atenção das autoridades.

Serão vários estados em que o calor será muito intenso a extremo. A massa de ar quente nesta primeira semana de setembro afetará com força e marcas perto ou acima de 40ºC, por exemplo, o Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão, dentre outros estados.

A abrangência do calor excessivo será maior na segunda semana de setembro, quando mais estados devem ter máximas perto e acima de 40ºC. O pior do calor deve ocorrer entre o Norte do Brasil, o Centro-Oeste e parte do Sudeste com marcas acima dos 40ºC em muitas cidades. Parte da Região Nordeste, como áreas do interior do Maranhão e do Piauí, devem igualmente sofrer com o calor excessivo.

O estado que mais deve sofrer com o calor será o Mato Grosso. Por isso, cidades como Cuiabá terão máximas acima de 40ºC em quase todos os dias desta primeira metade do mês. Vários dias terão marcas entre 42ºC e 45ºC na capital do Mato Grosso. O calor ficará perto de níveis máximos históricos. A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020.

O Sul do Brasil não vai escapar do calor. Nesta primeira semana do mês, entretanto, os efeitos devem ser mais sentidos no Paraná com dias agradáveis no Rio Grande do Sul. A realidade muda na semana que vem, quando se espera o ingresso do ar muito quente no Rio Grande do Sul com alguns dias de calor intenso e talvez até extremo para um mês do inverno astronômico.

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