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Calor vai aumentar ainda mais nesta segunda metade da semana no Rio Grande do Sul e deve atingir o seu pico de intensidade na tarde da sexta-feira com marcas muitíssimo elevadas e extremas | MAURO SCHAFER/CORREIO DO POVO

A MetSul Meteorologia alerta para condições de calor no Rio Grande do Sul perigosas à saúde e de risco de morte em pessoas vulneráveis. Marcas acima de 40ºC foram registradas nesta terça no Oeste do estado e o calor deve aumentar no território gaúcho com máximas que poderão ficar entre 41ºC e 43ºC.

De acordo com dados de estações oficiais, do Instituto Nacional de Meteorologia, as máximas no Oeste gaúcho na tarde de hoje atingiram 40,7ºC em Uruguaiana, 40,3ºC em Quaraí, 39,7ºC em São Borja, 39,3ºC em Alegrete e 38,5ºC em São Luiz Gonzaga. As máximas de São Borja e de Uruguaiana foram as mais altas até agora deste verão.

O calor se fez sentir ainda em outras áreas do estado com registros de 38,1ºC em São Gabriel, 37,3ºC em Santa Maria, 36,8ºC em Livramento, 36,6ºC em Santiago, 36,2ºC em Rio Pardo e 36,1ºC em Teutônia.

Já estações automáticas particulares no interior gaúcho registraram máximas de 40,0ºC em Porto Xavier, 38,9ºC em Maçambará, 38,6ºC em Rosário do Sul, 38,3ºC em Itaqui, e 38,1ºC em Santa Rosa e Rio Pardo.


Na Grande Porto Alegre, as máximas também foram elevadas. Estações oficiais indicaram 36,5ºC em Campo Bom, 35,0ºC em Porto Alegre (zona Leste) e 33,0ºC (zona Sul). Por sua vez, estações particulares na região metropolitana tiveram máximas de 36,9ºC em Parobé e 35,9ºC em Novo Hamburgo (Lomba Grande).

A mesma massa de ar quente trazia máximas acima de 40ºC também na Argentina. No meio da tarde, estações do Serviço Meteorológico Nacional indicavam máximas superiores a 40ºC em diversas províncias, como Corrientes, La Rioja, Catamarca e Santiago del Estero.

Temperatura vai aumentar ainda mais 

Os prognósticos da MetSul apontam para uma intensificação do calor no Rio Grande do Sul entre esta quarta e a sexta-feira à medida que a massa de ar quente ganha força sobre o território gaúcho, elevando tanto as mínimas à noite como as máximas durante a tarde.

O Oeste e o Noroeste gaúcho seguirão com as máximas mais extremas nesta quarta-feira, com previsão de marcas de 40ºC a 41ºC, mas máximas perto ou ao redor de 40ºC poderão ser anotadas também em outras regiões como o Centro do estado e os vales que terão uma maior intensificação do calor na comparação com hoje.

O cenário se repete na quinta-feira que deve ser mais um dia tórrido no Rio Grande do Sul com máximas de 40ºC a 42ºC no Oeste e no Noroeste do estado enquanto nas demais regiões do estado muito pontos terão máximas perto de 40ºC.

Na sexta, o pico de intensidade do calor no Rio Grande do Sul com uma tarde extremamente quente no estado. Máximas perto ou de até 40ºC ocorrerão em grande número de municípios. Há previsão de possíveis marcas de até 40ºC na Fronteira Oeste, no Noroeste, no Centro gaúcho, nos vales e na Grande Porto Alegre. Mesmo cidades de maior altitude do Alto Jacuí e do Planalto Médio, na Metade Norte, devem ter máximas de 36ºC a 38ºC.

Porto Alegre também deve ter o seu pico de calor na sexta. A capital gaúcha que hoje bateu em 35ºC na estação do Jardim Botãnico – de referência histórica – deve ir a 36ºC a 37ºC nesta quarta, ter 38ºC na quinta e pode ficar ao redor dos 40ºC na tarde da sexta-feira.

Na sexta-feira, o núcleo do ar mais quente vai atuar entre a Grande Porto Alegre, os vales, a Serra e o Litoral Norte com significativos desvios da temperatura máxima em relação às médias históricas de janeiro. As máximas à tarde devem ficar até 10ºC acima da climatologia normal desta época do ano.

No fim de semana, o calor vai seguir intenso no Rio Grande do Sul e com um agravante. Umidade mais alta na atmosfera trará maior abafamento e os dias devem ser por demais desconfortáveis. Os índices de calor, assim, vão passar dos 40ºC facilmente em muitas cidades.

 Calor matou no Rio Grande do Sul em 2022

A prefeitura de São Borja observou um aumento expressivo de morte de idosos em decorrência de complicações de calor intenso no município durante a onda de calor histórica e extrema de janeiro de 2022, quando o Rio Grande do Sul enfrentou 15 dias seguidos com máximas acima dos 40ºC.

De acordo com levantamento publicado à época, com dados apenas do município, o que sinaliza que muito mais pessoas perderam a vida no Rio Grande do Sul pelo calor excepcional, foram 60 óbitos em janeiro de 2022 contra 30 no ano anterior.

Dados do Hospital Ivan Goulart (HIG) apontaram que parte das mortes foi de pacientes com comorbidades, como hipertensão e diabetes, paralelamente atribuídas ao efeito colateral do calor. “Percebemos que, para cerca de 70%, o calor teve fator de descompensação e gravidade dos pacientes que chegaram”, informou o hospital.

Os cuidados com o calor

As recomendações dos especialistas são quase idênticas em todo o mundo diante de uma intensa onda de calor. A Mayo Clinic, uma das principais instituições médicas do mundo, tem uma série de orientações de diante de um período de calor extremo.

A primeira e mais importante, beber grande quantidade de líquidos. Manter-se hidratado ajuda o corpo a suar e manter uma temperatura corporal normal. Igualmente importante é usar roupas folgadas e leves. Vestir roupas em excesso ou roupas justas não permite que o corpo esfrie adequadamente.

A Mayo orienta ainda a se proteger contra queimaduras solares. As queimaduras solares afetam a capacidade do corpo de se refrescar, portanto proteja-se ao ar livre com um chapéu de abas largas e óculos de sol e use um protetor solar de amplo espectro com FPS de pelo menos 15.

Os médicos da Mayo recomendam também precauções extras com certos medicamentos. “Fique atento a problemas relacionados ao calor se você tomar medicamentos que podem afetar a capacidade do seu corpo de se manter hidratado e dissipar o calor”, enfatizam.

Enfatizam ainda que ninguém fique em um carro estacionado sob o sol. Esta é uma causa comum de mortes relacionadas ao calor em crianças deixadas ou esquecidas em automóveis. Quando estacionado ao sol, a temperatura do carro pode subir mais de 10ºC em apenas dez minutos. Não é seguro, assim, deixar uma pessoa em um carro estacionado sob forte onda de calor mesmo que as janelas estejam abertas ou o carro esteja na sombra.

Os especialistas assinalam também que esforço físico deve ser evitado nas horas mais quentes do dia. “Se você não puder evitar atividades cansativas em tempo quente, beba líquidos e descanse com frequência em um local fresco. Tente agendar exercícios ou trabalho físico para as partes menos quentes do dia, como de manhã cedo ou à noite”, dizem. “Acostume-se. Limite o tempo gasto trabalhando ou se exercitando no calor até que você esteja condicionado a isso. As pessoas que não estão acostumadas ao clima quente são especialmente suscetíveis a doenças relacionadas ao calor. Pode levar várias semanas para o seu corpo se ajustar ao tempo quente”, pontua a Mayo Clinic.

O choque de calor

O choque de calor é um dos maiores riscos durante um período de temperatura muito alta. É uma condição causada pelo superaquecimento do corpo, geralmente como resultado de exposição prolongada ou esforço físico em altas temperaturas.

Esta forma mais grave de lesão por calor e insolação pode ocorrer se a temperatura do corpo subir para 40ºC ou mais e requer tratamento de emergência. A insolação grave ou choque de calor não tratados pode danificar rapidamente o cérebro, o coração, os rins e os músculos. O dano piora à medida que o tratamento é adiado, aumentando o risco de complicações graves ou morte.

Os sinais e sintomas da insolação incluem, de acordo com a Mayo Clinic, uma temperatura corporal central de 40ºC u superior, estado mental confuso ou comportamento alterado, fala arrastada, delírio, convulsões e coma. Há ainda alteração na sudorese. Na insolação provocada pelo tempo quente, a pele ficará quente e seca ao toque. No entanto, na insolação provocada por exercícios exagerados, a pele pode ficar seca ou levemente úmida.

Outros sintomas incluem náusea e vomito. A pele pode ficar ainda avermelhada à medida que a temperatura do corpo aumenta. A respiração pode se tornar rápida e superficial. O pulso atinge frequência cardíaca de corrida com aumento significativo porque o estresse térmico coloca uma tremenda carga no coração para ajudar a resfriar seu corpo. Dores de cabeça com a percepção de latejar é frequentemente relatada.

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