O mês de junho termina com uma enorme massa de ar seco tomando conta de grande parte do Brasil e inibindo a formação de nebulosidade e a ocorrência de chuva na maioria dos estados do país. O tempo firme predomina nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste com chuva limitada mais a áreas do litoral do Nordeste e a localidades mais ao Norte da região amazônica.

O núcleo da massa de ar seco está no Centro do Brasil, o que faz com que os índices de umidade relativa do ar fiquem muito baixos em estados do Centro-Oeste e do Sudeste, no Sul da região amazônica e no interior do Nordeste. O mapa acima mostra a projeção de umidade do modelo norte-americano GFS para as 18h desta quinta-feira.

Com a massa de ar seco, a umidade nestas áreas durante a tarde tem oscilado há muito dias de 20% a 35% com valores abaixo de 20% em algumas áreas. Ontem, por exemplo, estações oficiais indicaram mínimos de umidade relativa do ar abaixo de 20% em cidades do Norte de Minas Gerais e da Bahia com registro de apenas 13% na cidade baiana de Buritirama.

Os estados que têm anotado os menores índices de umidade durante a tarde têm sido Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, o Sul do Piauí e o interior de São Paulo. Mesmo com uma massa de ar seco e frio no Sul, os estados da região não registram umidade muito baixa à tarde com índices de 40% a 50%.

O cenário não vai se alterar muito na primeira semana de julho. Ao contrário, a tendência é que a grande massa de ar seco ganhe força com índices de umidade ainda menores no Brasil Central. Outro efeito será o bloqueio de frentes frias, o que vai frustrar incursões de ar frio no Sudeste e no Centro-Oeste na primeira semana de julho, em pleno auge do inverno.

Com o tempo seco persistente e a ausência de chuva, o risco de queimadas aumenta muito. Por isso, nas próximas semanas é muito provável que comecem a surgir nos noticiários informações sobre queimadas e incêndios em reservas naturais ou parques.

O número de focos de queimadas, a propósito, já está acima da média no Cerrado Brasileiro. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, os focos de calor observados por satélites no Cerrado no mês de junho até o dia 29 foi de 4138, acima da média histórica do mês de 3760. Em Tocantins, os satélites detectaram 1346 focos, muito acima da média do mês de 884. Alto número de focos também na Caatinga com 283 até o dia 29 no mês, valor bastante acima da média mensal de junho de 135.