Grandes nevadas atingiram a província de Neuquén com frio extremo e marcas muito abaixo de zero | EZEQUIEL VÉLEZ/INTENDÊNCIA DE LOS MICHES

Parte da Argentina enfrenta neste fim de semana os dias mais frios do ano até agora. Ontem, a estação do Serviço Meteorológico Nacional da Argentina em Maquinchao, na província de Río Negro, registrou uma mínima de 16,6ºC abaixo de zero em meio a uma onda gelada que assola a Patagônia há uma semana.

A mínima de 16,6ºC negativos de ontem trata-se da menor marca observada no ano até agora na rede oficial de estações do serviço meteorológico do país vizinho. A menor marca até então era de 16,5ºC abaixo de zero na estação de Calafate em 10 de julho e da própria Maquinchao em 31 de maio.

Outra cidade que teve ontem a menor mínima do ano até agora na Argentina foi Esquel, situada na província de Chubut, onde a temperatura desceu a 11,9ºC negativos. O sábado começou com marcas extremas de frio ainda em Uspallata, província de Mendoza, onde fez 15,0ºC negativos, e em Calafate, província de Santa Cruz, com 13,4ºC abaixo de zero no aeroporto da cidade.

Neste domingo, o frio foi sentido em todas as províncias da Argentina, de Sul a Norte, com uma incursão de ar polar de trajetória continental favorecida por dois ciclones extratropicais que estão no Atlântico Sul. As menores mínimas hoje foram de 14,0ºC abaixo de zero em Uspallata, 11,7ºC negativos em Maquinchao, 11,5ºC negativos em Esquel e 9,0ºC abaixo de zero em La Quiaca, Río Gallegos e Calafate.

La Quiaca é uma cidade da província de Jujuy, no Norte da Argentina, o que significa que neste domingo tanto o Sul como o Norte da Argentina tiveram temperatura perto ou na casa de 10ºC abaixo de zero. O gelo tomou conta do país com -5,1ºC em Villa María del Río Seco, Córdoba, e em Rosário, província de Santa Fé. Em Córdoba, a mínima no aeroporto da cidade foi de -4ºC. Já na Grande Buenos Aires, os termômetros desceram a 1,2ºC em Ezeiza.

Conforme o Serviço Meteorológico Nacional, o Sul da Argentina, na região patagônica, sofre os efeitos de ar gelado desde o dia 4 de julho, portanto há quase duas semanas, com dias em que as mínimas caem a 10ºC abaixo de zero ou menos e as máximas mal atingem a marca de 0ºC. Calafate foi a cidade que teve as marcas mais extremas de frio.

O frio extremo acompanha ainda uma grande quantidade de neve que caiu nos últimos dias na região patagônica e do Cuyo, no Oeste do país. A neve pintou de branco a paisagem em áreas das províncias de Tucumán, La Rioja e San Luís.

A quantidade de neve que caiu em áreas da cordilheira, em Mendoza, e em partes da região da Patagônia, foi enorme com acumulados muito acima de um metro em alguns pontos e registro de vento branco nas montanhas. As grandes nevadas ocorreram no momento do auge da temporada de inverno com milhares de turistas em centros de esqui.

A neve, entretanto, trouxe muitos inconvenientes na região de alta montanha. As nevascas incessantes obrigaram o fechamento por muitos dias da passagem Cristo Redentor, entre Chile e Argentina, o que fez com que milhares de caminhões ficassem isolados ou retidos na neve sem poder cruzar a fronteira. Centenas destes caminhões eram brasileiros.

Muitos caminhoneiros tiveram que ser resgatados em meio à nevasca por militares chilenos e argentinos, tendo sido levados para centros de abrigo ou quartéis. Entre os resgatados na neve estava um grupo de turistas do Rio Grande do Sul que passou dias refugiado em um ônibus com temperatura externa de até 15ºC abaixo de zero e vento muito forte que acompanhava a queda de neve intensa na Cordilheira dos Andes.