O calor fora do normal neste verão está gerando um derretimento da calota polar excepcional em um arquipélago norueguês que é considerado o epicentro do aquecimento global e que, como a MetSul Meteorologia destacou em especial no último mês, abriga o que se denominou da Arca de Noé dos tempos modernos.

Os dados indicaram até 1º de agosto no arquipélago norueguês de Svalbard, situado ao Norte da Europa continental, apontaram temperaturas cerca de 5°C acima dos valores de referência. De acordo com o Sistema Copernicus, o consórcio ambiental da União Europeia, o calor deste verão está causando “níveis excepcionais de derretimento da calota polar que geram aumento do nível do mar”.

A imagem de satélite, captada pelo satélite Sentinel-2 em 31 de julho, mostrou uma grande descarga de sedimentos no Mar Ártico, na costa de Svalbard, causada pelo rápido derretimento da neve e do gelo. Os dados adquiridos pelos satélites Copernicus Sentinel são usados para detectar mudanças na superfície da Terra com grande detalhe e monitorar os efeitos das mudanças climáticas em ambientes remotos como a região do Ártico.

Svalbard, na Noruega, onde está a “arca do fim do mundo”, terminou junho com temperatura sem precedentes em todos os registros históricos, informou o Instituto Meteorológico da Noruega. Nenhum lugar do mundo testemunha um aquecimento mais rápido do que Svalbard, afirma o órgão meteorológico oficial norueguês. Enquanto o Ártico aquece três vezes mais rápido do que o aumento médio da temperatura global, Svalbard está em pior situação entre todas as regiões circumpolares.

“A região ao redor do Norte do Mar de Barents tem um aquecimento 2 a 2,5 vezes maior que a média no Ártico e 5 a 7 vezes maior que a média global”, disse o cientista climático Ketil Isaksen, do Instituto Meteorológico. As temperaturas de junho foram mais altas do que o normal em todo o arquipélago, não apenas no assentamento principal de Longyearbyen.

O aquecimento no Mar de North Barents, conforme estudos, pode levar a um aumento no clima extremo na América do Norte, Europa e Ásia. Os pesquisadores disseram que o aquecimento nesta região foi um “aviso antecipado” do que poderia acontecer no resto do Ártico.

Os novos números mostram que as temperaturas médias anuais na área estão aumentando ao longo do ano em até 2,7°C por década, com aumentos particularmente altos nos meses de outono de até 4°C por década. Isso torna o Mar de North Barents e suas ilhas o local de aquecimento mais rápido conhecido na Terra.